23 fev, 2021 - 00:07 • Lusa
O presidente da Câmara do Porto disse esta segunda-feira que a linha de alta velocidade e a nova ponte sobre o rio Douro, que integra o projeto de expansão da Metro do Porto, têm de ser “pensadas de forma articulada”.
“Escrevi uma carta aos dois ministros [das Infraestruturas e do Ambiente] propondo uma reunião a três sobre esta matéria porque me parece que a questão da expansão do metro, por um lado, e a questão da alta velocidade, por outro, não podem ser vistas em separado”, afirmou o independente Rui Moreira.
O autarca, que respondia a uma questão colocada pelo deputado socialista Pedro Braga de Carvalho durante a Assembleia Municipal do Porto, afirmou que as duas questões deveriam ser “pensadas de uma forma articulada”.
Quanto à nova ponte de metro sobre o rio Douro, que ligará Santo Ovídio (Vila Nova de Gaia) à Casa da Música (Porto), Rui Moreira afirmou que o município “reconhece a extraordinária importância” desta ligação, em particular porque “reduz o afluxo” na Ponte da Arrábida.
“Os estudos de procura estão disponíveis, os estudos daquilo que será o impacto no trânsito, esses, neste momento, não lhe posso dizer, mas aquilo que é interessante é que quando olhamos para os estudos de procura eles são extraordinariamente importantes”, referiu, acrescentando, contudo, que a inclusão da ponte na “malha urbana é algo que preocupa” a autarquia.
“Nós sabemos bem tudo aquilo que rodeia a proteção visual da Ponte da Arrábida, portanto, é absolutamente crucial que o projeto em termos de arquitetura seja um projeto de grande qualidade porque vai ter um impacto visual muito significativo”, defendeu o autarca.
Quanto à nova linha de alta velocidade, Rui Moreira disse “pouco conhecer” sobre o tema, referindo que a reunião que propôs “não foi considerada oportuna pelos membros do Governo”.
“O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, manifestou-me interesse, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, disse-me que não estamos a falar da mesma coisa”, acrescentou.
O autarca defendeu ainda que a linha de alta velocidade tem de ser “muito bem” pensada em termos de estruturação da Área Metropolitana do Porto (AMP), nomeadamente, como é que “a alta velocidade deve entrar no centro da AMP”.
Em 23 de outubro, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, apontou a ligação atlântica Lisboa-Porto-Vigo como a prioridade portuguesa para a rede ibérica de alta velocidade, avisando que o Governo português não aceita a “solução imposta” por Espanha que prioriza a ligação Lisboa-Madrid.
Na apresentação do Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030, em 22 de outubro, o ministro das Infraestruturas anunciou que as metas para a ferrovia se centram, entre outras, na criação de uma nova linha Porto-Vigo (Espanha) com duração de uma hora, bem como a eletrificação da rede até 2030.