25 fev, 2021 - 14:01 • Manuela Pires com Redação
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A Covid-19, ao contrário da gripe sazonal, deixa mazelas duradouras e os sintomas podem regressar muito depois da infeção estar curada. De acordo com um estudo divulgado, esta quinta-feira, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos 10% das pessoas infetadas continuam com sintomas até três meses depois.
Os sintomas físicos são preocupantes: fadiga severa, aumento de danos no coração, pulmões e cérebro.
“Para alguns doentes a incapacidade depois da infeção da Covid-19 continua durante meses, o que tem consequências graves na economia, na saúde e no trabalho. É muito sério. Um em cada 10 doentes de Covid continua com sintomas durante 12 semanas e alguns por muito mais tempo”, disse o diretor regional para a Europa da OMS, Hans Kluge.
Estes dados constam de um num estudo do Observatório Europeu de Sistemas e Politicas de Saúde que faz um retrato das infeções, quantas pessoas estão doentes, informação sobre o diagnóstico, o tratamento e a forma como os países estão a tratar a pandemia.
“À medida que aprendemos mais, temos de ter a certeza que os doentes suspeitos ou com Covid-19 que têm sintomas novos ou persistentes têm de ter acesso a cuidados de saúde”, sublinhou Hans Kluge.
Apesar de nas últimas semanas ter havido uma redução de novos casos na Europa, a OMS avisa que o novo coronavírus continua a propagar-se a um ritmo muito elevado. “O numero de novos casos diminuiu para quase metade desde o final do ano passado, mas noutra perspetiva, o numero de casos agora é 10 vezes mais do que em maio do ano passado”, disse.
Os resultados do estudo foram revelados esta manhã na conferência de imprensa da OMS a partir da Dinamarca, que contou com o testemunho pessoal de um cidadão britânico, Richard Trulls, que foi infetado com o novo coronavírus em março do ano passado.
Em
2020, Trulls ficou isolado durante semana e ficou curado. Mas no outono, os
sintomas regressaram outra vez. O cidadão britânico já fez tratamentos para
fortalecer o organismo, mas continua a ser difícil. Passado quase um ano, não
consegue caminhar mais do que cinco minutos, tentou regressar ao trabalho, mas
não conseguiu.