26 fev, 2021 - 07:31 • Teresa Almeida
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Os autarcas transfronteiriços da região de Trás-os-Montes pedem soluções mais eficazes no controlo de fronteiras e avisam que mais duas semanas de restrições à circulação entre Portugal e Espanha vão repercutir-se em constrangimentos, sobretudo para as atividades económicas.
No caso de Chaves, o presidente da Câmara diz que a manutenção do encerramento por mais 15 dias da fronteira com o município vizinho de Verin, do lado espanhol, “tem impactos económicos significativos, muito mais numa região transfronteiriça com uma Euro-cidade comum”.
Para Nuno Vaz, “isto significa a paralisia da região, é, mesmo, uma negação daquilo que é uma ideia de uma euro-região”. Acrescenta que “era importante que, no futuro, se encontrassem soluções que em nada fossem parecidas com o que era a fronteira antes da integração europeia, antes deste espaço comum, porque na prática, o que está a acontecer, é uma negação completa”.
O autarca flaviense admite que nas Euro-regiões poderia haver um conceito mais lato de fronteira, sem perder de vista o princípio da defesa da saúde pública.
Nuno Vaz considera, mesmo, que deveria ser encontrada uma solução que servisse os residentes dos dois lados da fronteira, permitindo-lhes “circular sem limitações, sem fechar as fronteiras da forma como se fecham”, dando igual liberdade de circulação aos trabalhadores transfronteiriços.
No concelho de Bragança está uma das mais importantes fronteiras do país. Quintanilha está a receber todo o tráfego automóvel de Trás-os-Montes que se dirige para Espanha, uma vez que é o único ponto de passagem permanente na região.
Para o autarca de Bragança, o encerramento por mais duas semanas das fronteiras com Espanha, na sequência da renovação do estado de emergência, “é penalizador”, uma vez que o transito que circula é, essencialmente, de veículos pesados de mercadorias e de trabalhadores transfronteiriços, alguns deles obrigados a fazer percursos com mais quilómetros.
Hernâni Dias reconhece que as populações de Miranda do Douro, Mogadouro, Vinhais e outros municípios com grande proximidade a Espanha são as que estão em pior situação.
Muitos são os trabalhadores “que são obrigados a fazer centenas de quilómetros, sobretudo trabalhadores transfronteiriços, que antes do estado de emergência faziam 40 quilómetros e agora fazem 300, com tudo que isso implica, em termos de tempo e gastos”.
Para o mesmo responsável, mais 15 dias de encerramento de fronteiras cria problemas, sobretudo na dinâmica da economia da região.
“Mais duas semanas de atividade inexistente é impraticável, penalizador e são problemas acrescidos.”
Hernâni Dias espera que neste novo estado de emergência possa haver uma indicação de que as fronteiras venham a ser abertas. “As queixas de empresas e população têm sido muitas”, reconhece o autarca.