26 fev, 2021 - 11:57 • Olímpia Mairos
Dois investigadores da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (UMinho) estudaram o vulcão Popocatépetl, um dos mais ativos da América do Norte e um dos dez mais monitorizados e mais populosos do mundo, com cerca de 20 milhões de habitantes.
O estudo de Rafael Ramírez Eudave e Tiago Miguel Ferreira saiu na revista científica Geohazards e pretende “contribuir para apoiar as decisões das autoridades”.
Segundo a UMinho, os dois investigadores “definiram um conjunto de estratégias de evacuação” face à atividade do vulcão no centro do México, uma das zonas mais populosas e sísmicas do mundo.
Para o povo asteca, o vulcão Popocatépetl ou “montanha fumegante” é um dos mais ativos da América do Norte e um dos dez mais monitorizados e mais populosos do mundo, com cerca de 20 milhões de habitantes.
O vulcão tem 5426 metros de altura e situa-se a sudeste da Cidade do México, tendo registado 15 grandes erupções nos últimos 500 anos.
Após uma fase calma, desde 1994 tem uma atividade constante, mas moderada, com emissão de cinzas, fumarolas, gases e material vulcânico.
A última maior erupção foi em 2000, levando a uma significativa evacuação das pessoas, e as erupções mais recentes foram registadas em março e abril de 2020.
De acordo Rafael Ramírez, para minimizar os impactos negativos da atividade daquele vulcão nas povoações “há cartografias de perigo e sistemas de alerta com cores, entre outros meios”, no entanto, o investigador adverte que “estas ferramentas não incluem, por exemplo, ações pró-ativas de moradores que reagem antes dos avisos oficiais”.
No estudo desenvolvido pelos investigadores da UMinho, e já publicado, é dado o exemplo da aldeia de San Pedro Tlalmimilulpan, que “está suscetível a efeitos das emissões de cinzas vulcânicas logo no início de uma possível evacuação. Isso pode levar à falha do plano de emergência”, alertam os investigadores.
Neste contexto os dois investigadores criaram “árvores de falhas, agregando os itens sensíveis para fins de evacuação, como boa disponibilidade de acessos, de viaturas, de abrigos e de redes de comunicações, água e luz”.
O trabalho antecipou cadeias de eventos negativos e dificuldades na resposta pós-evento. E, segundo os investigadores, “notou-se, em particular, que a falha dos serviços de comunicações tende ao insucesso imediato da ação”.
Para ultrapassar estes limites e barreira, os cientistas sugerem o envolvimento contínuo de peritos de vários saberes “para uma análise complexa e precisa para cada povoação e tipo de situação, associando aspetos como os índices de risco para áreas vulneráveis, a distribuição da população e o histórico de evacuações”