26 fev, 2021 - 21:00 • Lusa
Cerca de 150 pessoas manifestaram-se, esta sexta-feira, em Lisboa e no Porto, em solidariedade com o "rapper" catalão Pablo Hasél, preso na Catalunha a 16 de fevereiro acusado de terrorismo e de injúrias à família real espanhola, cumprindo uma pena de nove meses.
Em Lisboa, as pessoas concentraram-se esta tarde frente ao Consulado de Espanha, numa ação concluída com a entrega de uma petição nas instalações consulares pela sua libertação.
O músico "rapper" Pablo Hasél, designação que adotou quando começou a gravar, o nome original é Pablo Rivadulla Duró, de 33 anos, natural de Lérida, província autónoma da Catalunha, foi condenado a nove meses de prisão ao ser acusado em tribunal de insultar as forças policiais espanholas, glorificar o terrorismo e injuriar a monarquia, que apelidou de “fascista”.
Distúrbios na capital, na sequência da detenção do(...)
Detido em 16 de fevereiro pelos Mossos d’Esquadra (polícia regional catalã) após se ter barricado na Universidade de Lérida, foi transferido para o estabelecimento prisional de Ponent.
“Entendemos que esta situação era demasiado grave para que não fosse nada feito em Portugal. O mundo da música, arte e cultura quiseram dar um sinal porque hoje é um ‘rapper’ do outro lado da fronteira, amanhã pode ser aqui em Portugal”, disse à Lusa Luís Batista, subscritor do Manifesto, uma petição com mais de 4.500 assinaturas entregue em mão no consulado no final da concentração.
No Porto, cerca de 50 pessoas exigiram também a libertação do cantor catalão, ao mesmo tempo que alertaram para a necessidade de os portugueses se afirmarem contra a intolerância e a censura da liberdade de expressão. Com a Praça D. João I reservada, foram poucos os que se deslocaram à baixa para dar voz à indignação pela prisão do cantor
A detenção de Pablo Hasél originou uma vaga de protestos em Barcelona e que se estenderam a Madrid, Valência, Bilbau e outras cidades de Espanha, e quando o país mantém medidas restritivas devido à pandemia do novo coronavírus que já provocou mais de 67.000 mortos desde março de 2020.
Símbolo da liberdade de expressão para parte significativa da população, já recebeu o apoio de nomes como o realizador Pedro Almodóvar, do ator Javier Bardem ou do cantor José Manuel Serrat.