04 mar, 2021 - 23:42 • Lusa
Vai ser lançado este mês o concurso público de ideias para o projeto da nova ponte sobre o Douro, que servirá a rede da Metro do Porto, anunciou esta quinta-feira o ministro do Ambiente e da Ação Climática.
"Vamos lançar este mês o concurso de ideias para a nova ponte sobre o Douro", afirmou João Pedro Matos Fernandes que participou esta noite no Ciclo de Conferências "Pensar a Cidade" dedicada ao tema "Transportes e Mobilidade no Porto: Que Futuro?", promovida pelo PS Porto.
Em causa está a linha Santo Ovídio-Devesas-Campo Alegre, conhecida como "segunda linha de Gaia", que ficará localizada entre as pontes Luís I e da Arrábida.
Na sua intervenção inicial, o governante explicou que o concurso estava pronto para ser lançado há já alguns dias, mas o ministério entendeu que só o deveria fazer após a consignação das obras das linhas Rosa e Amarela, que vão arrancar ainda este mês, depois de o Tribunal de Contas (TdC) ter homologado, no início da semana, os contratos das duas empreitadas, adjudicadas por um valor global de 288 milhões de euros.
"Senão, podíamos estar a criar a ilusão nas pessoas de mais um concurso e as outras obras ainda não começaram. Não, as outras obras vão mesmo começar e logo a seguir vamos lançar este concurso", observou.
A explicação tinha já sido adiantada à Lusa, em fevereiro, pelo gabinete do ministro, que, à data, afirmava que o concurso público para o projeto da nova ponte sobre o Douro, só seria lançado após consignação das obras das linhas Rosa e Amarela.
Pedro Matos Fernandes insistiu que o concurso em causa tem de ser um "grande concurso público internacional", tendo em consideração a localização da mesma.
"Quando se projeta uma ponte num cenário destes, entre a Ponte da Arrábida, do Edgar Cardoso, e a Ponte Luis I, do Eiffel, não pode ser um projetista qualquer, nem pode ser um empreiteiro a escolher [...], tem mesmo de ser um grande concurso internacional, onde os melhores engenheiros de pontes do mundo venham a concurso", disse.
O governante salientou, contudo, que a verbas do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes (PART) não esgotam aquilo que é a ambição da Área Metropolitana do Porto (AMP), que apresentou um conjunto de projetos de metro e BRT [Bus Rapid Transit, vulgo metrobus], no valor de 1.250 milhões de euros.
"O PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] tem aqui para o Porto 380 milhões de euros, ou seja, temos aqui um défice significativo. Esse défice vai ser pago, numa parte expressiva, através do próximo quadro comunitário de apoio. Nós não vamos fazer aquilo que herdamos do PSD/CDS que foi a inibição de pagar infraestruturas de transporte como estas para os passes metropolitanos", defendeu.
Congratulando-se com a aprovação pelo TdC das empreitadas das linhas Rosa e Amarela, o governo afirmou ainda que está tudo preparado para que "no PART haja mais duas linhas que venham avançar, uma de metro, com a nova ponte sobre o Douro, outra de BRT [Bus Rapid Transit, vulgo metrobus].
Este segundo trajeto será realizado em canal dedicada, que ligará a rotunda da Boavista à Marechal Gomes da Costa.