04 mar, 2021 - 07:30 • Ana Rodrigues
O projeto da Linha Intermodal Sustentável (LIOS), que prevê a passagem de transportes coletivos pesados pelo espaço desportivo do Estádio Nacional, já tem o aval da Câmara Municipal de Oeiras, mas está a gerar uma onda de contestação.
O major-general Carlos Branco juntou-se a um grupo de personalidades, que inclui atletas e outras pessoas ligadas ao mundo do desporto, que contestam o trajeto da LIOS.
O oficial do exército diz que o projeto “é uma verdadeira aberração “ e promete “dar luta para impedir que saia do papel”.
Segundo este oficial do Exército, “esta ideia peregrina só revela desconhecimento e coloca em risco a segurança das pessoas que diariamente frequentam aquele espaço de lazer”.
A "guerra" está aberta, mas, apesar ser de militar, Carlos Branco refere que “é enquanto cidadão preocupado com o bem-estar de peões e ciclistas” que se indigna.
Na origem da discórdia, que já levou à criação do movimento “Salvem o Jamor”, está o troço final para a Linha intermodal sustentável na sua extremidade oeste, que prevê a entrada de transportes públicos pesados pelo complexo desportivo do Jamor, uma aérea dedicada ao desporto e lazer.
"É difícil perceber as vantagens de colocar na mesma via peões, ciclistas e transportes pesados”, sublinha.
"Compromete a segurança e coloca em perigo quem anda a pé ou de bicicleta e não resolve os grandes problemas de mobilidade do concelho”, reforça.
“É por isso urgente alterar o traçado”, acrescenta este militar, “porque vai dilacerar a mata do estádio nacional”.
Carlos Branco relembra, no entanto, que “este movimento não está contra o projeto de transportes públicos que vai abranger os concelhos de Lisboa, Oeiras e Loures, a indignação prende-se apenas com o troço final”.
A batalha não parece fácil de vencer já que a Assembleia Municipal de Oeiras já aprovou o protocolo de colaboração do município com Lisboa, Loures, Carris e Metropolitano, apenas com o voto contra do Bloco de Esquerda, conforme a ata da reunião a que a Renascença teve acesso.
O apelo do movimento “Vamos salvar o Jamor” passa agora, segundo Carlos Branco, “pela adesão a uma petição que conta já com mais de 1.500 assinaturas” para mudar o trajeto da LIOS. “É urgente que todos assinem”.
“Não se trata de abrir uma guerra com ninguém”, adianta o militar, mas apenas “abrir pontes de diálogo , para que se pense nas pessoas e não em negociatas, que só vão prejudicar os portugueses, que agora , mais do que nunca, precisam de praticar desporto numa área verde, dedicada ao bem estar”.