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Covid-19

Portugal tem índice de transmissibilidade mais baixo da Europa

08 mar, 2021 - 12:45 • Lusa

Valor estimado para os últimos cinco dias é de 0,74 para o território nacional. No entanto, tendência de decréscimo tem vindo a desacelerar.

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Portugal continua a apresentar o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 "mais baixo da Europa", com um valor estimado para os últimos cinco dias de 0,74 para o território nacional, revelou esta segunda-feira o investigador Baltazar Nunes.

"Continuamos a apresentar o Rt mais baixo da Europa e com uma incidência já perto dos 120 [novos casos] por 100 mil habitantes", afirmou o epidemiologista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) na reunião realizada no Infarmed, em Lisboa, que junta especialistas e políticos para a análise e avaliação da situação epidemiológica do país.

Contudo, o investigador do INSA, que integra o grupo de peritos que presta apoio ao Governo na tomada de decisões no âmbito da pandemia de covid-19, sublinhou que a "tendência de decréscimo [da incidência] tem vindo a desacelerar" e alertou que o índice de transmissibilidade está "abaixo de 1 em todo o continente, mas superior a 1 nas regiões autónomas" da Madeira e dos Açores.

Com efeito, em termos de índice de transmissibilidade, a região Centro apresentou um Rt de 0,68, Lisboa e Vale do Tejo registou 0,70, o Alentejo observou 0,72 e o Norte e o Algarve tiveram um Rt de 0,75. Simultaneamente, foi estimado para os Açores um valor de 1,14 e para a Madeira de 1,24, apesar de Baltazar Nunes ter admitido a possibilidade de desvio nos números estimados para a região madeirense.

Sobre a estratificação da incidência de novos casos por grupos etários, Baltazar Nunes indicou que a comparação entre a primeira e segunda quinzena de fevereiro apontam para "uma redução mais acentuada da incidência entre os 20 e os 50 anos e na população com mais de 80 anos, onde se observa o decréscimo mais acentuado", notando ainda que as projeções da incidência para março se mantêm, com uma incidência inferior a 120 casos por 100 mil habitantes na primeira quinzena e inferior a 60 na segunda quinzena deste mês.

De acordo com o epidemiologista do INSA, a Europa registou recentemente um aumento dos índices de mobilidade, embora Portugal tenha os níveis mais reduzidos a nível europeu, uma vez que continua a ser dos países com algumas das medidas mais restritivas de confinamento.

Por outro lado, Baltazar Nunes salientou uma evolução mais positiva do que aquela que era esperada para o internamento de doentes com covid-19 em unidades de cuidados intensivos (UCI), que apontava para um número abaixo de 300 em meados de março e abaixo de 200 no final do mês.

"As projeções de doentes em UCI falharam por excesso, o que é bom. Atualmente, a meio de março, projeta-se uma ocupação de cuidados intensivos de 240 doentes e, no final de março, mantendo-se esta tendência, projeta-se uma ocupação de 120 doentes covid internados em cuidados intensivos no final de março", concluiu.

Em Portugal, morreram 16.540 pessoas dos 810.094 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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  • Cidadao
    08 mar, 2021 Lisboa 13:05
    O assunto é comentado à boca pequena no meio laboral, mas os políticos nem querem ouvir falar nisso. Ou, se escutam, fazem ouvidos de mercador. Para quando a vacinação da população ativa, dos trabalhadores que desempenham funções que nunca podem parar e que estão a aguentar o país? Trata-se da população ativa, da força da mão-de-obra que faz que o produto interno bruto de Portugal ou o índice de produtividade não desabe ainda mais. Numa altura em que ouvimos cada vez mais vozes e mais grupos a pedir para serem integrados na primeira fase do plano de vacinação, há trabalhadores que começam a sentir-se cidadãos de segunda. Podem não estar a desempenhar funções na linha da frente dos hospitais e nos cuidados intensivos, mas muitos consideram estar na linha da frente da economia e com a missão de assegurar serviços imprescindíveis ao funcionamento da sociedade civil. Em Israel, começou-se pelo pessoal médico, de emergências, alguns - não TODOS - ministros primordiais do governo e população ativa, enquanto os idosos agora inativos, obedeciam a um rigoroso confinamento. Aqui, para parecer bem e "salvar os nossos velhinhos" - e toda a cambada política mais alguns oportunistas pelo meio - foi ao contrário e nem sequer bem. 99% da população ativa, aquela que está a aguentar este barco, está por vacinar. Como é?

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