Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Elvira Fortunato. “Temos muitas mulheres na investigação, mas não chegam a posições de topo”

12 mar, 2021 - 09:39 • Redação

Vencedora do Prémio Pessoa diz à Renascença que quer fazer, assim que possível, uma “festa muito grande”.

A+ / A-
Elvira Fortunato. "Penso que o cidadão comum percebeu a importância de investir em ciência"
Elvira Fortunato. "Penso que o cidadão comum percebeu a importância de investir em ciência"

A vencedora do Prémio Pessoa 2021, a cientista Elvira Fortunato, garante que não faltam mulheres na investigação científica. No entanto, lamenta, “não chegam a posições de topo”.

“Neste momento, se calhar, até temos mais mulheres do que homens. O problema é as mulheres não chegarem, mesmo na academia, a lugares de topo, como acontece nas empresas”, explica.

Em entrevista ao programa da Renascença “As Três da Manhã”, Elvira Fortunato admite que “a ciência está na moda” e revelou ainda sentir-se “duplamente contente” com a distinção que recebeu.

“É um prémio na área da ciência e, hoje em dia, vivemos num mundo em que a ciência é fundamental. Penso que o cidadão comum percebeu a importância que a ciência tem e a importância de investir em ciência. Em segundo lugar, o prémio foi atribuído na mesma semana em que se assinalou o Dia Internacional da Mulher”, assinala.

Elvira Fortunato observa, ainda, que a ciência, tal como todos os outros setores da sociedade, também foi afetada pela pandemia, com os projetos a registarem “atrasos”, mas garante que as “agências financiadoras estão sensibilizadas” e que será possível pedir prolongamentos dos programas.

Questionada sobre o que vai fazer com o valor pecuniário do prémio (60 mil euros), a cientista diz não saber ao certo, mas já tem pelo menos um plano.

“Fazer uma festa muito grande com toda a equipa e a família”, avança, reconhecendo que lhe está a fazer falta o convívio.

Nestas declarações à Renascença, Elvira Fortunato considera que a descoberta do transístor de papel foi a inovação de que fez parte que teve “impacto maior não só na comunidade científica, mas também na sociedade em geral”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Ivo Pestana
    12 mar, 2021 Madeira ⁰⁰⁰ 14:52
    Na ciência não existe discriminação. Sobe ao topo quem tem valor e vocação. Eu na minha profissão, por exemplo, nunca quiz o topo. A queda poderia ser maior. Temos de ser felizes com o que fazemos, com qualidade e a subida dá-se naturalmente. Esta questão de ser homem e mulher, por vezes é uma falsa questão e um chavão. Por vezes até cheira a peixe. Muitas mulheres têm qualidade e competência, mas não aparecem, logo culpa delas. Porque não aparece uma a criar um partido político e com boas medidas? Acho que já era tempo de haver licenciaturas, para a política. E em outras áreas igual. Apareçam, o Dr. Rui Rio falou nisso para as autárquicas, faltam mulheres na política. E depois a culpa é dos homens? Sejam empreendedoras, corajosas e lutadoras e deixem-se de lamúrias. Agora, tenho pena das que sofrem, isso a 100 por cento e estou convosco. Força e cautela.

Destaques V+