18 mar, 2021 - 19:53 • Lusa
O presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, disse esta quinta-feira no Parlamento que o princípio de acordo alcançado com a Groundforce é uma “solução de curto prazo” e continua a ser preciso desenhar uma “solução estrutural”.
“Confirmando-se amanhã [sexta-feira] o princípio de acordo que foi hoje atingido, teremos condições para resolver no muito curto prazo a situação que a Groundforce e os seus trabalhadores vivem”, explicou Miguel Frasquilho aos deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
“Esta não é uma solução estrutural, isto trata-se de uma solução de curto prazo”, sublinhou o responsável, apontando que é necessário que nas próximas semanas ou meses, os intervenientes nas negociações continuem a trabalhar “para que uma solução estrutural possa ser desenhada”.
Por seu turno, o presidente da Groundforce e administrador da Pasogal, Alfredo Casimiro, responsabilizou o Governo pela situação da empresa, devido à falta de apoios para fazer face aos efeitos da pandemia.
“O culpado não sou eu, não é a gestão privada. É a pandemia e a falta dos apoios prometidos pelo Estado”, afirmou Alfredo Casimiro, perante os deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
O administrador e acionista maioritário da Groundforce, com 50,1% do seu capital social, sublinhou que o Estado, “perante a crise pandémica global, falhou os apoios prometidos e amplamente divulgados, como as denominadas linhas de apoio Covid”.
Alfredo Casimiro afirmou que têm circulado nos últimos dias “mentiras” a seu respeito e quanto à sua participação na empresa de ‘handling’ (assistência em aeroportos), sendo a primeira falsidade a ideia de que “transferiu da Urbanos para a Pasogal, os 50,1% da Groundforce”.
O presidente do conselho de administração da Groundforce diz, por outro lado, ter “vontade e condições” para continuar à frente da empresa e garante ter capacidade financeira para ir ao aumento de capital proposto pela TAP.
“Tenho vontade, tenho condições [de me manter à frente da Groundforce], acredito nesta empresa, já salvei esta empresa uma vez e tenho condições para a salvar mais uma vez”, disse o administrador da Pasogal.
Relativamente ao aumento de capital proposto pela TAP, Alfredo Casimiro garantiu ter “capacidade financeira” para o aceitar, mas diz que tem de perceber qual será o futuro da TAP na empresa de ‘handling’ (assistência em aeroportos), uma vez que o contrato de prestação de serviços entre as duas empresas termina em 2022.