18 mar, 2021 - 19:13 • Redação
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Os professores e o pessoal não docente vão começar a ser vacinados contra a Covid-19 a partir de dia 27 deste mês.
A notícia foi avançada na conferência de imprensa em que DGS, Infarmed e "task force" do plano de vacinação anunciaram o levantamento da suspensão da vacina da AstraZeneca a partir de segunda-feira.
“Para além de fazermos o arranque da vacinação com AstraZeneca a partir de segunda-feira, os docentes e não docentes serão vacinados a partir do fim de semana a seguir”, declarou o vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da "task force".
O início do plano de vacinação dos professores e pessoal não docente estava previsto para este fim de semana, mas a suspensão da vacina da AstraZeneca - entretanto levantada - obrigou a adiar a data.
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) reiterou, esta quinta-feira, ter confiança na vacina da AstraZeneca/Oxford para a Covid-19.
"Esta é uma vacina segura e eficaz. A vacina [AstraZeneca] não está associada a um aumento de eventos tromboembólicos e coágulos sanguíneos", disse Emer Cooke, diretora executiva da EMA.
Horas depois, as autoridades de saúde portuguesas anunciaram que vão retomar a vacinação contra o fármaco da AstraZeneca, já a partir de segunda-feira.
O vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da "task force", disse que o plano de vacinação vai ser retomado na segunda-feira, já com a vacina da AstraZeneca, e acelerado, para compensar a interrupção que foi causada pelas suspeitas.
Cerca de 120 mil pessoas ficaram por vacinar nesta última semana, mas isso é recuperável, diz o militar. "Vamos recuperar rapidamente e vamos continuar a vacinar outras, para além dessas. Numa semana ou numa semana e meia teremos tudo recuperado, como se não tivesse havido interrupção."
Questionada pela Renascença sobre a possibilidade de utentes rejeitarem a vacina da AstraZeneca, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, reforçou a confiança no fármaco que protege as pessoas de uma doença potencialmente mortal, como é a Covid-19.
“Se for oferecida uma vacina a uma pessoa, seja qual for a marca, deve aceitá-la. O risco de ter doença grave, internamento e finalmente e indesejavelmente morte é muito superior. Qualquer que seja a marca da vacina, quando as autoridades portuguesas põem uma vacina no mercado é porque a vacina é segura, eficaz, tem qualidade e os seus benefícios superam os riscos", declarou Graça Freitas.
“É uma hipótese que as pessoas não deviam colocar. A recusa de uma vacina é recusar proteger-se e recusar proteger-se contra uma doença grave. O grande apelo que fazemos aos portugueses é que ponderem muito bem antes de recusar, porque a alternativa é que continuarem vulneráveis, suscetíveis, e poderem vir a desenvolver uma doença que é potencialmente grave ao ponto de ser letal. É um apelo à não recusa de qualquer marca de qualquer vacina”, sublinhou a diretora-geral da Saúde.
Nas últimas 24 horas, Portugal regista mais 21 mortos e 485 infetados com Covid-19. A tendência de descida de internados e casos ativos continua a verificar-se, adiantam os dados agora divulgados pela Direção-Geral da Saúde.
Portugal é o país da União Europeia com uma menor taxa de incidência da covid-19. Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), o país registou nos últimos 14 dias uma incidência de 93 casos por cada 100 mil habitantes.