20 mar, 2021 - 17:04 • Hélio Carvalho
Mais de 20 organizações e coletivos antirracistas e antifascistas estão na frente de protestos marcados para a tarde deste domingo, em Lisboa e no Porto. As manifestações surgem no âmbito da iniciativa mundial “World Against Racism”, que marcou ações para este fim-de-semana em todo o mundo.
Em Lisboa, o protesto está marcado para o Largo de São Domingos, ao lado do Teatro D. Maria II, enquanto que no Porto os manifestantes vão reunir-se na Praça dos Poveiros, junto ao Coliseu.
Em comunicado, a Rede Unitária Antifascista, uma das organizações-não governamentais à frente dos protestos, afirma que “os discursos discriminatórios e de ódio racial propagam-se cada vez mais” em Portugal, e acusa o Estado de “inércia”.
“Sabemos que as pessoas racializadas são ainda sujeitas a uma sistemática e histórica guetização, que lhes são limitados, por conta de preconceitos socialmente enraizados, os plenos direitos de cidadania”, refere o comunicado.
Fotogaleria
Morte do norte-americano George Floyd pela polícia(...)
Entre as entidades presentes no protesto, além da Rede Unitária Antifascista, encontram-se ainda a SOS Racismo, associações pelos direitos da comunidade cigana e um sindicato, o Sindicato dos Trabalhadores de Call-Center (STCC).
Um dos motivos que justifica os protestos deste domingo, aponta o comunicado, é despejo de cinco famílias no Catujal, no concelho de Loures. “Mobilizamo-nos contra a exploração laboral, a violência policial, a segregação escolar, a segregação habitacional e os despejos, como o que aconteceu recentemente com o despejo de 5 famílias no Catujal, sem uma solução habitacional permanente, em plena pandemia.”
No comunicado, é pedido ainda uma série de medidas, como “políticas públicas de combate às desigualdades raciais” e “revisão dos conteúdos curriculares que se inscrevam numa cultura escolar de matriz antirracista”.
“O racismo não é opinião, é crime, defendemos a criminalização do racismo para dar força à luta pela igualdade e contra a injustiça”, defendem as associações.
As organizações também lamentam que pessoas de minorias étnicas sejam relegadas para “postos e condições de trabalho mais precários - mesmo quando uma porção significativa de serviços considerados essenciais, sobretudo no contexto imposto pela atual situação pandémica - é assegurada por imigrantes e pessoas racializadas”.