29 mar, 2021 - 15:40 • Manuela Pires
O estudo de diagnóstico feito pelo Instituto de avaliação Educativa (IAVE) para aferir o impacto da pandemia nas aprendizagens, mostra que há uma elevada percentagem de alunos que não conseguem desempenhar as tarefas nos items de nível mais simples.
O estudo envolveu mais de 20 mil alunos de mais de 1338 turmas de 313 escolas do país, que fizeram testes em três áreas, a leitura, ciências e a matemática.
Por exemplo, na Leitura e Informação, 47,1 por cento dos alunos do 9.º ano tem conhecimentos esperados do nível 1. Já no 6º ano forma 41,9 os alunos a atingir o nível esperado para os conhecimentos de nível 1.
Na apresentação do estudo, o secretário de estado adjunto e da educação João Costa diz que estes dados mostram que “os alunos têm dificuldades nos níveis mais elevados, mas isso não é diferente dos dados revelados por outros estudos sem pandemia” mas há ainda uma percentagem muito grande de alunos que não conseguem desempenhos nalguns dos items de nível mais simples” refere João Costa.
É uma tendência verificada nas três áreas que forma avaliadas, A leitura, a matemática e as ciências. Por exemplo, na área das ciências uma das perguntas colocadas aos alunos do 3º ano era para identificarem no mapa de Portugal um parque que ficava situado no litoral sul do país, apenas 46,9 por cento dos alunos responderam, corretamente. Luís Pereira dos Santos, presidente do IAVE diz que “os alunos têm dificuldade na localização espacial, mas não só neste ano, mas o IAVE tem dados que mostram que também os alunos do 8º, 9º e até do secundário têm dificuldades nesta matéria” refere Luís Pereira dos Santos.
No nível mais baixo, os resultados são melhores no 3º ano, onde a maioria dos alunos está acima do nível de conhecimentos esperado, nas ciências 62,3, na matemática 62 % e na leitura 51,4 %.
Recomendações ao Governo em abril
O Governo refere que muitas fragilidades dos alunos, mostradas neste estudo, são estruturais, mas a pandemia está a ter um impacto nas aprendizagens e por isso o ministério da educação está a preparar um plano de acção para a recuperação das aprendizagens para o próximo ano lectivo. Para isso, criou um grupo de trabalho constituído por peritos de diversas áreas que vão fazer recomendações ao Governo.
O secretário de estado adjunto e da Educação diz que ainda é cedo para apresentar soluções, mas adianta que haverá medidas curriculares, medidas na organização das escolas e ainda soluções tendo em conta o território e a comunidade onde as escolas estão inseridas.
Integram este grupo a economista Susana Peralta, professora da Nova School of Business and Economics, que já defendeu aulas de reforço durante o verão, a vice-presidente da ordem dos psicólogos, Sofia Ramalho, a psicóloga clinica Margarida Gaspar de Matos e vários professores universitários, do ensino básico e secundário e directores de escolas