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Covid-19

Infarmed já aprovou um autoteste Covid, mas ainda não está à venda

29 mar, 2021 - 18:53

A chegada dos autotestes às farmácias deve estar por dias, mas entretanto há 400 onde se pode ir fazer os testes rápidos, nalguns casos sem pagar.

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O Infarmed já aprovou um autoteste para a Covid-19, mas ainda não está disponível nas farmácias.

A venda do autoteste da farmacêutica Roche acaba de ser autorizada pela Autoridade Nacional do Medicamento, cerca de duas semanas depois de o Ministério da Saúde ter estabelecido em portaria um "regime excecional e temporário", com duração de seis meses para regular a questão.

Nessa altura ainda não havia testes autorizados, mas segundo Duarte Santos, o diretor da Associação Nacional de Farmácias, isso já não é verdade.

“Existe já um teste aprovado para utilização enquanto autoteste e é disponibilizado pela Roche. A listagem faz referência a duas utilizações, uma individual, outra em caixas de 25 unidades, mas são duas apresentações exatamente do mesmo teste”, explica.

Contudo, o dirigente admite que não sabe quando é que este teste estará disponível no mercado. “Nós não temos ideia concreta de quando é que vão chegar. Admitimos que será algo a cumprir no prazo de dias, ou poucas semanas, porque é normal que agora o laboratório, ou os laboratórios que venham a ter aprovação, enquanto autoteste, tenham de fazer alguma adaptação das suas embalagens”.

A adaptação implica disponibilizar informação que pode parecer desnecessária, mas tem a sua importância. “Pormenores como ter de garantir que na embalagem que é dispensada à pessoa figura o número do lote, são alguns tipos de coisas que nos parecem de pormenor, mas que são muito importantes para garantir a segurança no acesso a esse tipo de dispositivos e a certeza de que aquilo que está no mercado cumpre todos os requisitos e protege a saúde das pessoas.”

“Por outro lado, a necessidade de nestas embalagens ser também fornecida informação clara por parte dos fornecedores que presta todo o tipo de apoio à boa utilização destes testes”, clarifica Duarte Santos, recordando que os autotestes não poderão ser utilizados dentro da farmácia ou estabelecimento onde forem adquiridos, pelo que é fundamental que as indicações sejam claras e fáceis de seguir.

400 farmácias com testes rápidos

Enquanto se espera pela chegada do autoteste, a verdade é que muitos portugueses podem já recorrer às farmácias para fazer, no local, testes rápidos.

“Existem já muitas farmácias com capacidade de testar. Em todo o país são já mais de 400 as farmácias que realizam testes, com o apoio e com a intervenção de profissionais de saúde das suas equipas, farmacêuticos, enfermeiros e outros, que realizam estes testes e que permitem à pessoa ter acesso a um teste e a um resultado fidedigno num curto espaço de tempo, que é comunicado às autoridades de saúde através da plataforma oficial, nomeadamente o Sinave e que permite o acompanhamento da pessoa de forma muito integrada, por todas as equipas de saúde pública, médicos de família e todo o mais, tal como se o teste fosse realizado num laboratório de análise”, confirma o dirigente da Associação Nacional de Farmácias.

Nas farmácias onde existem estes testes a procura tem sido muita e, nalguns casos, o utente não paga nada. “Têm procurado, provavelmente porque têm sintomas, ou porque têm conhecimento de um contacto de risco. Vamos entrar numa fase em que será muito importante o papel das farmácias numa lógica de testagem massiva e para rastreio. E nesse sentido gostava até de chamar a atenção para uma iniciativa pioneira e interessante que se iniciará dentro de dois dias em Lisboa, por iniciativa da Câmara Municipal, que envolve as farmácias, juntamente com a ARS Lisboa e Vale do Tejo e também a saúde pública, que permitirá aos lisboetas residentes em determinadas freguesias, aquelas em que existe maior número de casos por habitante, serem testadas nas suas farmácias, sendo que este acompanhamento será totalmente suportado em termos de custo pela Câmara Municipal de Lisboa a cada 14 dias.”

Portugal tem registado uma forte diminuição de óbitos e novos casos ao longo do período de confinamento das últimas semanas, mas com o desconfinamento “a conta gotas” previsto pelo Governo espera-se que os autotestes sejam mais um instrumento para evitar que a situação dos contágios volte a piorar.

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