05 abr, 2021 - 12:48 • Redação
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O Presidente da República compara o regresso à escola de meio milhão de alunos e o início da segunda fase de desconfinamento a uma “nova Primavera”, “um dia histórico” e a um "virar de página que se espera sem recuo e irreversível". Marcelo Rebelo de Sousa anunciou, também, que vai falar com o Governo sobre o plano de aplicação das verbas da "bazuca europeia".
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava durante uma visita à Escola Básica Francisco de Arruda, em Lisboa, pediu aos portugueses que “engrenem num esforço nacional de todos para todos” no início da segunda fase de desconfinamento, para que não sejam dados passos atrás.
"O senhor ministro da Educação e eu estamos aqui, simbolicamente, para dizer que este é um esforço conjunto, acreditando que é uma abertura para o futuro. Estamos hoje a construir futuro. Isso numa escola é o melhor que se pode esperar", sublinha o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa espera que o lema "De todos para todos" da Escola Francisco de Arruda seja replicado em todo o país nesta segunda fase de desconfinamento da pandemia de Covid-19.
O Presidente pede "a todas as portuguesas e portugueses que engrenem neste esforço nacional de todos para todos para que seja possível que, dia 19, não sejam 400 nem 600 mil, sejam 1,5 milhões de alunos e alunas por todo o país, até ao secundário, e isto seja o retrato de um país que vai regressando ao que é possível da sua vida normal".
Durante a visita a esta escola de Lisboa, uma das que esta segunda-feira recebeu de volta os alunos do 2º e 3º ciclos do ensino básico (do 5º ao 9º ano), Marcelo Rebelo de Sousa constatou que "o ensino à distância é completamente diferente do ensino presencial".
"Sentimos isso ao atravessar várias turmas, várias salas de aula, e numa delas até se preguntava: ‘o que é que tu sentes neste momento em que regressas à escola’. E uns sentiam desenhando, outros sentiam escrevendo. Era uma mistura de sentimentos, mas havia um sentimento dominante, ainda por cima tinham de o dizer em inglês, que era: ‘eu sinto-me feliz’", relatou o chefe de Estado.
A pensar no futuro e na recuperação do país, o Presidente da República vai receber esta segunda-feira o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, e o Governo, a 16 de abril. Em cima da mesa está a "bazuca europeia".
"Vou receber o governador e nas próximas semanas vou receber o autor do Plano nacional de recuperação e resiliência, diretores das escolas de economia, economistas de várias escolas e pensamentos, gestores, empresários, responsáveis do mundo de trabalho, porque a medida que estamos a abrir estarmos a iniciar uma nova fase da reconstrução económica e social", frisou Marcelo Rebelo de Sousa.
Os alunos dos 2.º e 3.º ciclos retomam esta segunda-feira as aulas presenciais, no âmbito da segunda fase do plano de desconfinamento do país devido à pandemia, que prevê também a reabertura de centros de dia, equipamentos para deficientes e esplanadas.
No próximo dia 16 será a vez do governo ir a Belém explicar ao Presidente da República a sua visão definitiva do plano, numa altura em que terá de o apresentar igualmente na Comissão Europeia.
Marcelo Rebelo de Sousa confirma que vai ouvir em Belém agentes do setor económico e, desta forma, chama a si uma supervisão do plano que o Governo tem de executar, não apenas agora mas projetando para os próximos anos. No final destas reuniões promete apresentar conclusões.
A decisão de avançar com a segunda fase do plano do Governo foi tomada na sexta-feira em Conselho de Ministros, depois de analisada a situação da pandemia em Portugal, em especial o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 e a taxa de incidência de novos casos de covid-19.
Além das escolas dos 2.º e 3.º ciclos, hoje voltam a estar disponíveis as Atividades de Tempos Livres dirigidas a esses estudantes, assim como centros de dia e equipamentos sociais de apoio à deficiência.
Na área da restauração, a segunda fase do desconfinamento em Portugal continental prevê também que os restaurantes, as pastelarias e os cafés que tenham esplanada podem reabrir esses espaços ao ar livre, mas com grupos limitados a um máximo de quatro pessoas.
No que se refere ao comércio, a partir de hoje as lojas com porta para a rua com menos de 200 metros quadrados deixam de ter de vender ao postigo e passam a poder ter as suas portas abertas ao público, para, de acordo com a rotação e as regras da Direção-Geral da Saúde, poderem fazer atendimento presencial dos seus clientes.
Os ginásios também voltam a reabrir, mas ainda sem a possibilidade de aulas em grupo.