06 abr, 2021 - 13:38 • Redação
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O primeiro-ministro, António Costa, deixa um alerta neste início da segunda fase de desconfinamento, que arrancou na segunda-feira, e pediu contenção nas esplanadas.
"Permitam-me um apelo aos nossos concidadãos que, com alegria e aproveitando o bom tempo, estão a aproveitar a reabertura de várias atividades, designadamente das esplanadas. É muito bom que o possam fazer, mas é sobretudo bom que o possamos continuar a fazer", declarou o chefe do Governo após uma reunião com os autarcas das zonas com mais casos de Covid-19 por 100 mil habitantes.
"É essencial que possamos viver este momento de reabertura com todas as cautelas. Convém não esquecer que a pandemia não passou", sublinhou António Costa.
O vírus continua ativo na comunidade e a variante britânica - com "grande velocidade de transmissão" - é a predominante em Portugal, com mais de 80% dos novos casos, frisou.
O primeiro-ministro deu o exemplo das escolas para alertar para o risco que representa a variante britânica: "Nos poucos focos que temos tido até agora em escolas, ao contrário do que acontecia no primeiro período onde detetada uma criança contaminada, praticamente não havia mais nenhum caso, hoje o que temos vindo a verificar é que havendo um caso suspeito, quando se vai a testar, já há vários casos de transmissão. Ou seja, este vírus com esta variante é muito transmissível".
António Costa afirma que "todo o cuidado é pouco" nesta fase "e o sucesso do desconfinamento depende muitíssimo da disciplina e da forma como vamos conseguir manter as normas de segurança, as distâncias e as normas de convívio".
Nestas declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro reforça o apelo feito na semana passada: "Se estamos numa esplanada a tomar o café não podemos ter a máscara, mas depois do café tomado podemos continuar na esplanada, a conviver, mas de preferência com máscara. Que cada um beba o café à vez para não estarmos todos sem máscara ao mesmo tempo".
A falta de respeito por estas regras básicas "contribuem involuntariamente para novos crescimento da pandemia, o que trará uma consequência inevitável e podemos evitá-la", sublinhou.
"Apelo ao máximo de cuidado para que daqui a 15 dias não tenhamos de tomar medidas de ficar a marcar o passo ou, pior ainda, de recuar na liberdade que temo vindo a reconquistar desde há 15 dias", declarou António Costa.
O primeiro-ministro esteve reunido esta terça-feira com os autarcas com mais de 120 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes.
António Costa anunciou "ações de testagem massiva" nas zonas mais críticas e direcionadas a locais ou atividades com surtos, nomeadamente a trabalhadores de grandes obras, da indústria e da agricultura. A fiscalização nos locais de trabalho vai ser apertada.
Portugal regista esta terça-feira mais duas mortes e 874 novos casos de Covid-19, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Este é o maior número de infeções no espaço de um mês, mas há uma explicação que se prende com o atraso nas notificações. "Os dados apresentados hoje refletem o atraso de integração de 599 notificações laboratoriais positivas que reportam ao fim de semana ", adianta a DGS.