08 abr, 2021 - 17:38 • Pedro Mesquita Lusa
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O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia critica a forma como a PSP tem sido tratada no programa de vacinação e diz que cerca de metade dos efetivos estão em risco de contrair Covid-19.
Paulo Santos não compreende porque foi decidido vacinar apenas 10 mil policias, deixando outros 10 mil de fora, e considera que é uma irresponsabilidade enviar para o terreno agentes que não estavam imunizados.
“Aquilo que nos foi apresentado pelo senhor diretor nacional no início desta fase de vacinação foi que só teria garantia para vacinar 10 mil profissionais. Estamos a falar de um universo de 20 mil profissionais. A forma como foi desenhado o modelo de vacinação, internamente, deixou de fora um conjunto de polícias e que estando totalmente desprotegidos, por não estarem vacinados, se estiverem em contacto com as populações, parece-nos uma irresponsabilidade por parte de quem fez o desenho deste plano na PSP”, diz.
“Tendo em conta esta escassez global, deveria ter sido acautelado pelo menos a colocação do pessoal que estava já vacinado na rua e não aqueles que não estariam vacinados, como veio a acontecer, o que nos parece demasiadamente grave.”
Paulo Santos responsabiliza de igual modo, por esta situação, a task-force da vacinação e o diretor Nacional da PSP.
“A culpa foi das duas partes, da task-force e do Governo, dada a escassez, e também internamente, na PSP, o senhor diretor, ao envolver todos os profissionais, sabendo que só tinha metade das vacinas, também demonstrou alguma irresponsabilidade neste processo."
Como prova de que a sua preocupação não é apenas teórica, o presidente da ASPP dá um exemplo atual na Escola Prática de Polícia.
“Tenho aqui uma situação que é muito atual e que tem a ver com a Escola Prática de Polícia, onde estão a desenrolar-se neste momento dois cursos, de agentes e de chefes, com pessoas que vêm de toda a parte do país. Os candidatos e os formandos, e os próprios formadores e os elementos que estão no curso a dar assessoria e apoio logístico, não estão vacinados e estão em interação e em contacto com alunos que vieram de toda a parte do país.”
“É outra situação que nos parece grave e que contraria um pouco esta teoria de que os polícias estão salvaguardados da Covid”, conclui.
As declarações de Paulo Santos à Renascença surgem numa altura em que se diz que 13% dos efetivos da PSP já foram infetados pela Covid-19. O dirigente da associação sindical acredita que o número peca por escasso.
"Penso que foram mais, o número ultrapassou certamente os 13% nos meses anteriores", afirma.