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Reunião no Infarmed. Será que vamos poder continuar a desconfinar?

13 abr, 2021 - 08:42 • Anabela Góis , Marta Grosso

Como está o Rt? O número de casos tem aumentado? A nova fase de desconfinamento está prevista para 19 de abril, altura em que devem reabrir, por exemplo, os centros comerciais e ser retomados os espetáculos.

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O Governo volta a ouvir os peritos nesta terça-feira de manhã sobre o estado da pandemia, antes de avançar para a próxima fase do plano de desconfinamento, na próxima segunda-feira.

Quais são as linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas?

De acordo com a chamada "matriz de risco" que está a guiar o processo de desconfinamento, se houver mais de 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias ou se o Rt (o índice de transmissibilidade) subir acima de 1, entramos na zona amarela, o que implica parar o desconfinamento.

Se ambos os indicadores se encontrarem acima do limite (ou seja, mais de 120 casos e Rt acima de 1), entramos na zona vermelha, o que obriga, não só a travar, mas até mesmo a retroceder no pior cenário.

Qual é a situação neste momento ao nível nacional?

Neste momento, de acordo com os dados mais recentes, estamos com 70 casos por 100 mil habitantes ao nível nacional. Se falarmos só no continente, a incidência baixa para 67,4 casos por 100 mil e aqui parece que não estamos mal, mas o número está a subir.

Já o índice de transmissibilidade está acima de 1: é de 1,04 ao nível nacional e 1,03 no continente.

Igualmente importante é número de internamentos hospitalares, onde a tendência tem sido de descida, mas subiu na segunda-feira, com mais 13 pessoas nos hospitais e mais seis nos cuidados intensivos. Neste momento, temos 119 doentes em unidades de cuidados intensivos no continente – ainda assim, um número bastante abaixo do valor considerado crítico (que é de 245 camas ocupadas em UCI).

Como estamos ao nível de concelhos?

O desconfinamento pode ser travado nos concelhos que se encontram no vermelho e essa medida pode incluir também os municípios que fazem fronteira com os que estão em pior situação.

O Governo vai voltar a avaliar a situação de risco na próxima quinta-feira, dia de reunião do Conselho de Ministros e, nessa altura, já terá dados mais atualizados- é, portanto, ainda cedo para sabermos quais as zonas do país que não conseguiram recuperar e continuam acima do nível de risco.

Os autarcas têm alertado para situações de injustiça, se for apenas levada em linha de conta a incidência de casos por 100 mil habitantes, porque, nos concelhos com menos população, basta um número reduzido de novas infeções para ultrapassar a linha vermelha. É o que acontece neste momento com Barrancos, que entrou na zona de alto risco com apenas sete casos positivos de infeção pelo novo coronavírus.

O primeiro-ministro já se mostrou-se sensível a este argumento e reconheceu a necessidade de se avaliar cada caso consoante a sua realidade.

Podemos voltar atrás nas medidas já implementadas?

Em declarações à Renascença, o vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública defende o regresso ao ensino à distância, tendo em conta o aumento do Rt e da incidência da variante britânica nos mais novos.

A possibilidade de travar a reabertura nos concelhos com maior incidência de casos é também uma das questões sobre a mesa na reunião desta terça-feira.

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