14 abr, 2021 - 06:27 • Eunice Lourenço
São os fundos europeus a marcar o ritmo de crescimento das linhas do Metro de Lisboa. Nesta quarta-feira, o Governo lança como que a primeira pedra da chamada “linha circular” – as obras que vão permitir ligar a linha amarela e a linha verde – intervenção financiada pela reformulação do Portugal 2020.
No horizonte estão o alargamento da linha vermelha e o metro ligeiro, financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). E para o próximo programa de fundos fica a extensão da linha verde até Carnide.
“No que diz respeito às obras do Metro propriamente dito, essa é mesmo a expansão que queremos fazer. No fundo, é a ligação de Telheiras ao Colégio Militar, que é muito importante para servir uma população que vive ao longo dessa linha, a Norte da Segunda Circular, mas é também muito importante para o próprio funcionamento do Metro de Lisboa”, disse à Renascença o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
O ministro diz desconhecer a petição para esse alargamento promovida pela junta de Carnide, mas lembra que essa obra faz parte projeto entregue pela Área Metropolitana de Lisboa, que considera bem feitos.
“Temos ali uma estação de recolha de composições que têm de fazer muitos quilómetros de manhã para estarem no sítio certo, onde são necessárias, e a possibilidade de injetar essas composições na rede de forma direta é muito vantajosa. Para já, queremos fazer a linha vermelha. Estamos em condições de garantir que, em 2026, a linha vermelha estará a funcionar”, promete Matos Fernandes.
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Quando fala em linha vermelha, o ministro refere-se ao prolongamento daquela linha até Alcântara, projeto que foi estudado ao mesmo tempo que a linha circular, cujo início de construção é assinalado nesta quarta-feira, numa cerimónia em que vão estar o ministro do Ambiente e o primeiro-ministro.
A cerimónia vai decorrer nos terrenos do ainda Hospital da Estrela, onde vai ser o estaleiro desta obra, que vai ligar a estação de Metro do Rato ao Cais do Sodré, atravessando uma das colinas de Lisboa.
Esta obra de 2,2 quilómetros vai ligar a linha amarela e a linha verde “para criar um grande anel de metro no coração da cidade de Lisboa entre o cais do Sodré e o Campo Grande”, diz o ministro. E acrescenta: “É uma obra essencial para fluidez do próprio Metro e para o que é a capacidade de resposta que o coração da rede tem de dar às suas linhas radiais e àquelas que estamos a prever vir a construir, expandindo a própria rede de metro.”
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O ministro prevê que a linha esteja a funcionar no primeiro semestre de 2024 “com um benefício muito grande para os lisboetas; um beneficio direto para os que chegam a Lisboa, mormente através da Linha de Cascais e dos barcos vindos da outra margem”.
E, segundo Matos Fernandes, será também esta linha que pode posicionar o Metro para “a expansão do próprio Metro às cidades periféricas à cidade de Lisboa”.
É tudo isso que justifica a escolha desta obra em detrimento da extensão da linha vermelha. “Esta é a melhor linha para servir a cidade, é a melhor linha para servir duas importantes entradas da cidade e é a linha que, resolvendo e dando fluidez ao coração da própria operação do Metro e de outros modos de transportes, permite que as outras estações venham a ser feitas”, acredita o ministro, que faz questão de lembrar que uma parte do financiamento desta obra vem da “reprogramação dos fundos comunitários que vieram do governo da direita e que previam zero euros para esta expansão ou qualquer outra”.
Esta obra está orçada em 210,2 milhões de euros, com um financiamento europeu de 83 milhões e o restante a ser assegurado pelo Fundo Ambiental.
“Agora, os próximos fundos comunitários são desenhados por nós e só no PRR há aproximadamente 550 milhões de euros para que a linha vermelha possa prolongar-se para poente pelas Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo, Alcântara e o sistema de metro ligeiro que irá de Odivelas até santo António dos cavaleiros, servindo o concelho de Loures”, diz o ministro.
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No que diz respeito ao metro ligeiro, será uma obra de 250 milhões e o projeto ainda não está fechado, porque ainda estão a ser discutidos detalhes com a Câmara de Loures.
“Quando o metro é à superfície, o potencial conflito com os usos normais é muito maior e, portanto, o desenho de rigor tem de ser feito lado a lado com a autarquia de Loures e isso está a ser feito”, justifica Matos Fernandes.
“Temos de lançar os concursos para obra no início do próximo ano, porque quer esta obra, quer a linha vermelha – e a linha vermelha é mais complexa de construir – têm de estar concluídas até ao final de 2026. Isso é uma imposição das regras do PRR, pelo que no início do próximo ano estas obras estão a concurso”, promete o ministro do Ambiente.