14 abr, 2021 - 09:46 • Lusa
O presidente da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, disse que a empresa não teve "qualquer tipo de contacto por parte do SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal)" sobre a continuidade do contrato, pelo que lhe parece que a rede de emergência "vai acabar no dia 30 de junho".
"O que eu posso dizer é que estamos a dois meses e meio do fim do contrato", afirmou Alexandre Fonseca, numa conversa com a Lusa e o Diário de Notícias (DN), quando questionado sobre o tema do SIRESP, do qual a dona da Meo é fornecedora de serviços.
"Não temos qualquer tipo de contacto por parte do SIRESP" e, "neste momento, com esta curta distância, dois meses e meio, com um contrato desta complexidade, com os meios técnicos e humanos que envolve, eu diria que já estamos em cima da hora", salientou o gestor.
"Do que depende da Altice Portugal, a mim parece-me que o SIRESP vai acabar no dia 30 de junho de 2021 [último dia do contrato]", uma vez que não há "de facto em cima da mesa uma perspetiva de continuidade, de negociações contratuais", considerou.
Esta é a "visão" que Alexandre Fonseca tem hoje, "a esta data", mas remeteu questões sobre o tema à SIRESP SA ou ao Ministério da Administração Interna, que é quem tem a tutela.
"Do nosso lado, até o dia 30 [de junho], garantiremos que continuamos a prestar um serviço com redundância satélite - que nós insistimos e que acabámos por implementar finalmente pouco antes de sairmos - e, portanto, estamos a cumprir e vamos cumprir o contrato" até ao último dia.
A Altice Portugal é a fornecedora da operação, manutenção, gestão e também do alojamento de muitos "sites" do SIRESP.
No início de novembro, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, admitiu o prolongamento do contrato de concessão da rede de emergência SIRESP com os operadores provados depois de junho deste ano.
Incêndios
Eduardo Cabrita sublinhou ainda que “há três anos (...)
Na altura, durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2021, Eduardo Cabrita explicou aos deputados que o prazo contratual com os operadores privados termina em junho de 2021 e, naquele momento, um grupo de trabalho criado pelos ministérios da Administração Interna e das Finanças estava a discutir o futuro modelo do Sistema Integrada das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
O Estado comprou por sete milhões de euros a parte dos operadores privados, Altice e Motorola, no SIRESP, ficando com 100%, numa transferência que aconteceu em dezembro de 2019.
Desde essa altura que o Estado tem um contrato com a Altice e Motorola para fornecer o serviço até junho de 2021.
Depois dos incêndios de 2017, quando foram públicas as falhas no sistema, foram feitas várias alterações ao SIRESP, passando a rede a estar dotada com mais 451 antenas satélite e 18 unidades de redundância elétrica.