Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Covid-19

Governo admite "suspensão" do desconfinamento nas zonas de risco

14 abr, 2021 - 17:17 • Lusa

O ministro da Administração Interna diz que o Governo prepara um "justo equilíbrio" entre desconfinamento e medidas restritivas.

A+ / A-

Veja também:


O ministro da Administração Interna afirmou hoje que o Governo vai adotar na quinta-feira "um justo equilíbrio" entre desconfinamento e medidas restritivas, ou de suspensão do processo de reabertura, nas zonas mais atingidas pela covid-19.

Esta referência ao Conselho de Ministros de quinta-feira, em que será anunciado o conjunto de atividades que poderão reabrir a partir de segunda-feira, no quadro da terceira de quatro etapas do plano do Governo de desconfinamento, foi feita por Eduardo Cabrita momentos antes de o parlamento aprovar por ampla maioria a renovação do estado de emergência por novo período de 15 dias.

Segundo Eduardo Cabrita, na quinta-feira, "com base em toda a informação científica disponível até ao último momento, o Governo não deixará de adotar um justo equilíbrio entre a vontade e necessidade de desconfinamento e a absoluta determinação de medidas restritivas ou de eventual pausa e suspensão no processo de reabertura onde tal seja necessário".

"O caminho do que fazemos hoje é um passo mais. São 15 dias decisivos que estão nas mãos de todos os portugueses", advertiu o membro do Governo, num discurso em que considerou haver "uma vontade genuína de todos para que este seja o último estado de emergência em Portugal".


O Parlamento aprovoun esta quarta-feira a renovação do estado de emergência até 30 de abril, com muitas críticas da oposição à linha seguida pelo Governo no combate à pandemia e também na questão dos apoios sociais.

Os deputados aprovaram o pedido de autorização de renovação até 30 de abril do estado de emergência devido à pandemia de Covid-19, com votos a favor do PS, PSD, PAN, CDS-PP e a deputada não-inscrita Cristina Rodrigues. O Bloco de Esquerda absteve-se e o PCP, o PEV, o Chega, a Iniciativa Liberal e a deputada não-inscrita Joacine Katar Moreira votaram contra.

Durante o debate, a ministra da Saúde, Marta Temido, rejeitou as críticas de que Portugal está a diminuir o número de testes e acusou a oposição de andar "distraída".

"Não é verdade que Portugal esteja no final da lista dos países com menos testes por cem mil habitantes. Decresceu o número de teste porque tendencialmente acompanha a infeção", disse a ministra que, ainda "pede a atenção aos deputados que têm andado distraídos".

O boletim de Direção-Geral da Saúde desta quarta-feira aponta para mais oito mortos e 684 infetados com Covid-19. O R também voltou a subir, estando agora a 1,06 a nível nacional e 1,05 no continente.

O número de casos ativos regista uma ligeira subida, mais 16 do que ontem, para um total de 25.457. O número de internados mantém tendência de descida. Há agora 447 pessoas internadas com Covid-19, menos 12 do que ontem, das quais 116 em cuidados intensivos (menos dois que ontem).

Em entrevista à Renascença, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes pede um abrandamento do desconfinamento, perante o crescimento do índice de transmissibilidade, ou R(t).

Gráfico do R(t) e da incidência de casos de Covid


O plano de desconfinamento do executivo prevê quatro fases de reabertura – duas já avançaram, em 15 de março e 5 de abril, a próxima será na segunda-feira, 19 de abril, e a última em 3 de maio.

As medidas podem ser revistas se Portugal ultrapassar os 120 novos casos de infeção com o novo coronavírus por 100 mil habitantes em 14 dias ou, ainda, se o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 ultrapassar 1.

O que está previsto reabrir na segunda-feira?

Na próxima segunda-feira, está previsto o regresso das aulas presenciais no ensino secundário e no superior, a reabertura de todas as lojas e centros comerciais, bem como de cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculos.

Deverão também reabrir os restaurantes, cafés e pastelarias, embora com um máximo de quatro pessoas nas mesas no seu interior ou seis, por mesa, em esplanadas. Estarão abertos até às 22h00 durante a semana ou 13h00 ao fim de semana e feriados.

As Lojas do Cidadão deverão abrir com atendimento presencial por marcação, regressam as modalidades desportivas de médio risco e a atividade física ao ar livre até seis pessoas e os ginásios sem aulas de grupo.

O plano prevê ainda a realização de eventos exteriores com diminuição de lotação e casamentos e batizados com 25% da respetiva capacidade de acolhimento.

Na segunda-feira, Portugal entra no seu o 15.º estado de emergência no contexto de pandemia de Covid-19.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Petervlg
    15 abr, 2021 Trofa 07:50
    O povo porta-se de forma a não querer desconfinamento, agora em qualquer lugar existe uma esplanada e diga-se cheia, "com pessoas em cima uma das outras", enquanto as autoridades nada fazem, num local que estavam por exemplo 4 mesas em esplanada agora estão 6 ou 8. ainda ontem vi em Alfena - Valongo, em frente as bombas da BP, uma cafe que delimitou, com fitas, uma vaia de estacionamento de automóveis, e com mesas de um café nesse local, isto a fazer de esplanada, liguei para a GNR a informar, e este disse, e fiquem incrédulos, que a C.M. de Valongo deu autorização para esta situação, e segundo o Sr, da GNR não é o único local/café a fazer o mesmo e com autorização da Camara de Valongo. depois admiram-se que Valongo é dos piores concelhos, com mais casos de Covid
  • EU
    14 abr, 2021 PORTUGAL 18:42
    Até ao 25 de Abril de 1974 vivi um terço da minha vida. Durante esses anos nunca o ESTADO me proibiu de andar de um lado para o outro. Foi durante esses anos que conheci o País em grosso. De comboio de camioneta ou de automóvel fui sempre para onde quis mas sempre dentro dos limites que as leis me impunham. Um desses limites era o RESPEITO pelos OUTROS. Soube no dia 24 de Abril que vivia num regime de DITADURA. Por isso também me prontifiquei a baixar armas se necessário fosse ou seja também me considero um Militar de Abril. Assim sendo já vivo em DEMOCRACIA o dobro desses anos. Nestes anos conheci o País quase metro a metro o que equivale dizer que não há canto desconhecido para mim. Conhecendo o País lógicamente conheço os seus HABITANTES. Quando digo que conheço os Habitantes estou a dizer que conheço a maneira do seu comportamento em sociedade. Claro que não é tudo igual mas grande percentagem não olha para o lado mas sim para si próprio ou seja reina o DESRESPEITO. Digo isto porquê? Já fez UM ANO que estou PRESO por decisão do ESTADO DEMOCRÁTICO que me OBRIGA a cumprir as Leis. Já disse vezes sem conta que me considero um CIDADÃO CUMPRIDOR e como tal não aceito que me PRENDAM por muito mais tempo. Se em DITADURA não me prenderam não é em DEMOCRACIA que me vão PRENDER. Assim o ESTADO deve e tem a OBRIGAÇÃO de tomar as medidas necessárias para que os INCUMPRIDORES deixem de olhar para ELES próprios e passem a RESPEITAR os OUTROS. Não, não sou dele, mas já CHEGA. Mais NÃO.

Destaques V+