20 abr, 2021 - 18:44 • Henrique Cunha
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Depois da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) ter renovado a sua confiança na vacina desenvolvida pela Janssen, farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, Miguel Prudêncio acredita que existe "uma probabilidade grande das autoridades adotarem em relação à vacina da Johnson & Johnson uma posição semelhante à que foi adotada em relação à vacina da AstraZeneca".
Em entrevista à Renascença, o investigador do Instituto de Medicina Molecular disse que "não ficaria espantado" se em relação à vacina da Johnson & Johnson fosse adotada uma decisão idêntica à tomada em relação à vacina da AstraZeneca, que em Portugal passou a ser só para maiores de 60 anos.
Miguel Prudêncio defende que "seria mais vantajoso haver uma posição conjunta" na Europa sobre as vacinas; mas diz compreender "a análise de risco-beneficio que cada país faz", até porque "nem todos estão no mesmo patamar da pandemia ou do plano de vacinação".
Por agora, o professor do Instituto de Medicina Molecular afirma que "não está em causa o plano nacional de vacinação". O especialista admite que essa situação só se poderá começar a colocar quando começar a vacinação em massa das pessoas com menos de 60 anos.
Miguel Prudêncio recorda que "o coordenador da task force de vacinação tem vindo a dizer que o plano de vacinação não está em causa".
"Eu penso que a questão de o plano de vacinação poder estar em causa vai depender da disponibilidade de vacinas alternativas quando começarmos a vacinar pessoas abaixo dos 60 anos"; sublinha o especialista.
Já o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, entende que, se Portugal vier a ministrar a breve prazo a vacina da Janssen, farmcêutica do grupo da Johnson & Johnson, será "possível atingir a imunidade de grupo até ao verão".
"Estou convencido de que nós podemos atingir a imunidade de grupo mais cedo", diz Miguel Guimarães.
O bastonário recorda que "o número de doses de vacinas que vão chegar ao nosso país nos próximos dois meses são muitos milhões", o que nos "dá todas as possibilidades de até julho termos 70% dos portugueses vacinados".