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Medina "tranquilo" com buscas na Câmara de Lisboa. Ex-vereador Manuel Salgado é um dos visados

20 abr, 2021 - 18:57 • Redação

O autarca rejeita a ideia de que esteja a ser alvo de um ataque político e, questionado pelos jornalistas, confirma que estão em causa projetos da época do vereador Manuel Salgado.

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O presidente da Câmara de Lisboa está tranquilo em relação às buscas da Polícia Judiciária em instalações da autarquia no âmbito da "Operação Olissipus", que investiga suspeitas de corrupção em empreitadas. Fernando Medina diz que em causa estão obras do tempo do ex-vereador Manuel Salgado.

"Estou tranquilo com tudo aquilo que pude acompanhar, que pude monitorizar, sobre o qual tenho o dever de decisão, em primeiro lugar, e acima de tudo que tenho dever de acompanhamento e de monitorização pelas funções que desempenho", afirmou o autarca socialista em declarações aos jornalistas.

Fernando Medina garante que a autarquia está a "colaborar de forma muito ativa e clara com as autoridades, Polícia Judiciária e Ministério Público, para que tudo se esclareça” o "mais rapidamente possível".

Medina rejeita ataque político em ano de autárquicas

O autarca rejeita a ideia de que esteja a ser alvo de um ataque político em ano de eleições autárquicas e, questionado pelos jornalistas, confirma que estão em causa projetos da época do vereador Manuel Salgado.

Questionado se Manuel Salgado é uma das pessoas que está a ser investigada, Fernando Medina disse que “isso foi confirmado pela própria Polícia Judiciária, no comunicado que fez”.

“Sim, os oito processos correspondem a operações durante o mandato do vereador Manuel Salgado, mas temos processos que são muito debatidos – a operação de Entrecampos, a Torre de Picoas, o Hospital da Luz – que foram amplamente debatidos na cidade, escrutinados, discutidos, uns concordam outros não”, disse Fernando Medina.

O autarca reafirma "a confiança nas pessoas que aqui trabalharam, que aqui trabalham", e não tem "nenhum elemento que demonstre nem faça questionar essa confiança, até ao momento".

Fernando Medina sublinha que um dos processos corresponde a uma denúncia que a Câmara fez ao Ministério Público, relativo a obras de fundo na Segunda Circular, que acabaram suspensas.

“Temos confiança no trabalho que foi feito na Câmara, por aqueles que a representam e aqui trabalham, mas a palavra agora é das investigações”, reforça.

O presidente da Câmara de Lisboa confirma que em causa na "Operação Olissipus" estão "oito processos, entre urbanismo e obras", alguns deles já têm vários anos, de 2016 e 2017, e que já foram noticiados e escrutinados.

Fernando Medina considera que a Câmara de Lisboa "é das instituições mais escrutinadas do país tem" e dá o exemplo do caso dos terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos.

"A operação integrada de Entrecampos, dos antigos terrenos da Feira Popular, foi um processo amplamente acompanhado pelos vereadores, oposição, deputados municipais, teve aliás votação de ambos os órgãos, foi amplamente escrutinada e acompanhada pelo Ministério Público em todo o processo, chegou a estar suspensa a operação da venda, que depois foi retomada pela própria resposta as perguntas que o Ministério Público foi fazendo em fase de Direito Administrativo e a operação concretizou-se. É um exemplo de um dos processos que hoje foram pedidas informações adicionais", sublinhou.

A Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público realizaram esta terça-feira 28 buscas domiciliárias e não domiciliárias. Além da Câmara de Lisboa, os alvos foram instalações em Sintra, Cascais, Caldas da Rainha e Alvor.

Em causa na "Operação Olissipus" estão alegados crimes de abuso de poder, participação económica em negócio, corrupção, prevaricação, violação de regras urbanísticas e tráfico de influências, adianta a PJ, em comunicado.

Até ao momento, não há indicação de que alguém tenha sido constituído arguido nesta caso de alegada corrupção com empreitadas em Lisboa.

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