30 abr, 2021 - 20:48 • Lusa
O Governo dos Açores anunciou esa sexta-feira que vai alterar o Plano Regional de Vacinação para incluir os professores e o pessoal não docente na segunda fase de vacinação contra a covid-19, começando por São Miguel.
Em nota de imprensa, o executivo informa que "o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, homologou hoje uma alteração ao Plano Regional de Vacinação, que prioriza na segunda fase de vacinação, que agora se inicia, o pessoal docente e não docente das escolas dos Açores".
No comunicado é ainda referido que "começam por ser vacinados aqueles que voltam a exercer a sua atividade em ensino presencial, na ilha de São Miguel, nomeadamente nos 1.º e 2.º anos do primeiro ciclo e nas disciplinas dos 11.º e 12.º anos de escolaridade com exames nacionais.
O Sindicato Democrático dos Açores (SDPA) tinha sublinhado hoje a necessidade de os professores e educadores de infância terem "acesso prioritário" às vacinas contra a covid-19 na retoma das aulas presenciais, na ilha de São Miguel, na segunda-feira.
"Num momento em que se anunciou a retoma das aulas presenciais, na ilha de São Miguel, o SDPA reitera a sua preocupação e lamenta a forma como o Governo dos Açores não reconhece a necessidade de os professores e educadores de infância terem acesso prioritário às vacinas. Esta é uma necessidade premente e absolutamente essencial para o SDPA", referiu a estrutura sindical em comunicado de imprensa.
Segundo o sindicato, o estatuto político-administrativo autonómico serve, nos Açores, para criar uma "discriminação negativa no modo como os docentes estão a ser reconhecidos, comparativamente ao restante território nacional, em que todos os professores e educadores de infância estão entre os que têm acesso prioritário às vacinas contra a covid-19".
O Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), o outro sindicato representativo dos docentes na região autónoma, lembrou também que, no continente e na Madeira, foi já vacinada a "maioria do pessoal docente e não docente", sendo que "a alteração aos planos iniciais do Governo da Madeira e da República deve-se, essencialmente, ao reconhecimento, por parte dos peritos, que as deslocações dos pais e alunos e o convívio escolar representavam um risco acrescido na propagação da doença".
O SPRA considerou, assim, "urgente a vacinação dos docentes e não docentes do sistema educativo regional, iniciando-se o processo na ilha de São Miguel e, posteriormente, nas restantes ilhas".
"O plano de vacinação do pessoal docente e não docente deve iniciar-se o mais brevemente possível devendo estar concluído no início do próximo ano letivo. Só a concretização deste desiderato poderá permitir a normalidade do novo ano letivo", defendeu a estrutura sindical.
Na quinta-feira, o diretor regional da Saúde revelou que a primeira fase do plano de vacinação contra a covid-19 nos Açores está "praticamente concluída", faltando apenas doentes acamados e outros que ainda não foi possível contactar.
"Esta semana ficará praticamente concluída a primeira fase do processo de vacinação, com exceção de alguma vacinação ao domicílio, que ainda decorre, naturalmente das recusas que foram acontecendo a algumas pessoas que foram contactadas, e ainda em número significativo como sabemos, e também de pessoas que não atenderam o telefone quando foram contactadas", afirmou Berto Cabral, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Os Açores têm hoje 220 casos ativos de covid-19: 212 em São Miguel, quatro na Terceira, três em Santa Maria e um nas Flores.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 4.878 casos de covid-19, tendo ocorrido 4.498 recuperações e 31 óbitos. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 78 pessoas e 43 apresentaram comprovativo de cura anterior.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.168.333 mortos no mundo, resultantes de mais de 150,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.974 pessoas dos 836.493 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.