12 mai, 2021 - 10:34 • Redação
Quem esteve nos festejos de terça-feira que juntaram muita gente na rua sem a devida distância e sem o cumprimento de outras normas de segurança em tempo de pandemia, deve usar máscara e a evitar contactos com outras pessoas nos próximos dias.
“Há um período de incubação do vírus que ronda os três a cinco dias, por vezes um pouco mais e, portanto, se as pessoas que participaram nos festejos evitarem contactos com outros e cumprirem com todas as normas da Direção-Geral da Saúde poderemos evitar” consequências maiores, defende o médico Ricardo Baptista Leite.
O também deputado deseja que aquilo que foi “a imprudência de alguns não tenha de ser pago por todos, sobretudo depois de um ano tão difícil, em que se pediram tantos sacrifícios às pessoas, às empresas, à economia, com consequências devastadoras para a saúde de cada um de nós. Não devemos agora deitar tudo a perder”, considera, em declarações à Renascença.
Na terça-feira, dezenas de milhares de pessoas celebraram sem distanciamento, e muitas sem máscara, a conquista do Sporting, apesar do atual estado de calamidade. O comportamento é visto como perigoso e preocupante pelo vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública. Gustavo Tato Borges responsabiliza tanto autoridades como adeptos.
“Primeiro, os adeptos, porque não conseguiram raciocinar sobre a situação e viveram isto como se fosse o último dia do mundo. E depois as instituições também falharam, porque era necessário ter um plano para estes festejos, especialmente em Lisboa”, defende.
Adaberto Campos Fernandes
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Na opinião deste especialista, deveria ser “obrigatório que todas as câmaras municipais onde isto pudesse ter uma dimensão considerável se tivessem preparado em conjunto com as autoridades de saúde, com a PSP, com o próprio clube no caso de Lisboa, de maneira a terem barreiras, vigilância policial, circuitos; terem forma de festejarmos mas com segurança e com preparação. E, de facto, isso não houve”.
Gustavo Tato Borges considera que permitir a entrada de adeptos no Estádio de Alvalade teria sido preferível – opinião que vai ao encontro da do antigo ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, também à Renascença.
Nos festejos da última noite, a polícia chegou a disparar balas de borracha para conter os milhares de adeptos. Vários objetos foram arremessados aos agentes, como pedras e garrafas. O balanço final fica para mais tarde, mas confirma-se vários feridos e detenções.
A Câmara Municipal de Lisboa anunciou, entretanto, que a receção aos novos campeões nacionais será no dia 20, quinta-feira da próxima semana, ainda sem hora marcada.
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