16 mai, 2021 - 18:29 • Lusa
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu este domingo que o Governo "tem meios" e só não responde aos problemas concretos causados pela crise sanitária, por lhe "faltar a vontade", dando como exemplo a questão das vacinas.
"O Governo só não responde porque não é essa a sua opção. Os meios, tem. O que lhe falta é a vontade. Aos problemas concretos responde com os êxitos da Presidência da União Europeia, que em nada acrescentam à vida do povo português", criticou Jerónimo de Sousa, na intervenção de encerramento no Congresso da Juventude Comunista Portuguesa (JCP), que decorreu em Vila Franca de Xira.
O líder comunista acusou ainda o executivo de "assobiar para o lado e falar de solidariedade, enquanto as farmacêuticas engordam à custa das vacinas para a Covid-19", quando questionado sobre o que poderá a União Europeia fazer pelos portugueses.
Jerónimo de Sousa admitiu que "a epidemia condicionou" os direitos laborais, de associação e de educação os jovens, mas avisou que a situação sanitária "tem as costas largas".
"Foi agravado quer pelo aproveitamento que dela fizeram os que viram uma oportunidade para agravar a exploração ou para dar mais uma machadada nos direitos e liberdades, quer pela incapacidade de resposta do Governo, a quem nem a severidade da situação convenceu a desamarrar-se das imposições da União Europeia e do Euro, como o exemplo das vacinas dá bem sinal, ou dos interesses do grande capital, que sabe que pode contar sempre com o apoio do Governo", criticou.
O líder comunista salientou que "o Governo nem sequer pode dizer que faltaram os apoios ou as propostas em que sustentar uma outra intervenção", dando como exemplos iniciativas do PCP para acabar com as propinas, aumentar o salário mínimo nacional para 850 euros ou apoios extraordinários para a habitação.
"Não foram aprovados porque PS, PSD, CDS, Chega, Iniciativa Liberal convergiram para o impedir", criticou.
Ainda assim, o líder do PCP insistiu que, se a solução "não está nas estafadas opções da política de direita do PS, tão pouco está nos projectos reaccionários de PSD, CDS, a que os seus sucedâneos Chega e Iniciativa Liberal, dão voz mais desbragada", salientando a importância da alternativa do seu partido.
"Podem atirar-nos com todos os epítetos para cima que isso não apaga que não há avanço ou conquista, no plano dos direitos sociais e económicos, no plano das liberdades, no plano cultural, que não tenham tido a intervenção ou a contribuição direta do PCP (...). Podem procurar enlamear a bandeira que há 100 anos orgulhosamente erguemos (...), que não lhes será possível falar de liberdade, de democracia, de direitos, de combate às discriminações, às injustiças, sem falar do Partido Comunista Português", acentuou.