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Forças Armadas

Votar contra reforma das Forças Armadas seria "uma contradição muito grande", diz Rui Rio

17 mai, 2021 - 15:05 • Lusa

O líder social-democrata contrariou Cavaco Silva e sublinhou o que está em causa é uma matéria que consta dos programas do PSD "desde o tempo do Durão Barroso" que já apontava para a necessidade de uma reforma com "mais ou menos" estes parâmetros.

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O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou esta segunda-feira que seria uma "contradição muito grande" votar contra a reforma das Forças Armadas, defendida pelo partido "há anos", só porque foi apresentada pelo Partido Socialista (PS).

"Seria uma contradição muito grande do PSD dizer assim: nós há tantos anos que defendemos uma reforma neste sentido e agora porque ela é apresentada pelo Partido Socialista contradizemo-nos a nós mesmos e vamos votar contra só porque é do Partido Socialista, só porque não é do nosso governo", defendeu, em declarações aos jornalistas, no Porto, onde visitou o Museu do Holocausto.

No domingo, o ex-Presidente da República Cavaco Silva considerou "um erro grave" a reforma das Forças Armadas que o ministro da Defesa pretende fazer, afirmando que é "um equívoco a tempo de ser corrigido", e que "seria chocante ver deputados social-democratas seguirem esse caminho".

Declarando o seu respeito pelo ex-chefe de Estado cuja experiência destacou, o social-democrata sublinhou o que está em causa é uma matéria que consta dos programas do PSD "desde o tempo do Durão Barroso" que já apontava para a necessidade de uma reforma com "mais ou menos" estes parâmetros.

"Não tem de ser exatamente assim, nem ninguém está a dizer que a forma como ela vai entrar no Parlamento é exatamente a forma como ela vai sair e poderá, na especialidade, naturalmente, sofrer alterações. Mas aquilo que é a linha de fundo é algo que esteve nos programas de Durão barroso, de Santana Lopes até, nos programas de Passos Coelho e que nós procuramos sempre levar a cabo", observou.

Para Rio esta é, por isso, uma questão de coerência, sob pena de amanhã ser o PSD a tentar fazer uma reforma e o PS a votar contra porque foi apresentada pelos sociais-democratas.

"Assim o país não anda para a frente", disse.

O líder do PSD reconheceu, contudo, que a contestação encabeçada por ex-chefes de Estado-Maior, é algo a ter em conta no debate na especialidade.

"Não vamos ignorar. São tudo pessoas altamente respeitáveis, pessoas que conhecem bem as forças armadas, apesar de estarem já retiradas do ativo e isso naturalmente tem de ser tido em conta. Nós temos de ponderar tudo aquilo que os chefes militares dizem, a começar deste logo pelo general Ramalho Eanes, por quem eu tenho imenso respeito", disse, sublinhando, contudo, que a linha de fundo é algo pelo qual o PSD e ele próprio sempre se bateu, nomeadamente no programa de Governo que apresentou nas eleições de 2019.

A reforma das Forças Armadas estar a ser contestada por ex-chefes de Estado Maior dos três ramos, 28 dos quais - incluindo o ex-Presidente Ramalho Eanes - assinaram uma carta a criticá-la e a pedir um debate alargado à sociedade civil.

O ministro da Defesa, que em março classificou as resistências dos militares na reforma como "interesses corporativos", criticou no início da semana passada o que considera serem "manobras escusas" de "uma agremiação de antigos chefes militares" que tenta "perpetuar a influência" no setor.

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enquadrou a contestação dos antigos chefes militares como parte de "um amplo debate, como é próprio em democracia e salutar em democracia".

Em meados de março, o PSD apresentou um documento com propostas para a reforma das Forças Armadas, entre as quais a necessidade de maior investimento, mas também a constituição do chefe de Estado Maior General das Forças Armadas como "chefe do Estado-Maior de Defesa", passando os chefes dos outros ramos (Exército, Marinha e Força Aérea) para a sua "efetiva dependência direta", em termos operacionais.

Nessa conferência de imprensa, o coordenador do Conselho Estratégico Nacional (CNE) social-democrata para a Defesa, Ângelo Correia, admitiu que o conceito de PS e PSD para o setor "é o mesmo", o que considerou "muito bom", e disse já ter tido contactos com o ministro João Gomes Cravinho sobre estas matérias.

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  • António dos Santos
    17 mai, 2021 Coimbra 22:08
    As forças armadas portugueses, querem continuar ter privilégios, que não merecem. As nossas forças armadas são o sorvedor de dinheiros públicos e pouco fazem pelos portugueses. Infelizmente são tratados como portugueses de primeira classe. Não passam duns chulos da sociedade. Temos umas forças armadas que são uma VERGONHA!!! Tem mais generais e oficiais superiores que praças!!!! E a sua formação é um roubo aos portugueses. Porque para estudarem para oficiais, para além de não pagarem nada e ainda têm um vencimento e os estudantes que estão no ensino superior têm de pagar tudo, estes estudantes em relação aos militares, são roubados pelo estado, para além de serem mais úteis e produtivos, que a cambada dos oficiais das forças armadas.

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