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Dia Mundial de Sensibilização para a Acessibilidade

A pandemia mostrou importância de "estarmos todos ligados"

20 mai, 2021 - 19:52 • Ana Lisboa

Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, diz ser necessário sensibilizar os criadores e quem desenvolve tecnologia para a necessidade de tornar a tecnologia acessível às pessoas com deficiência visual, surdez e com condicionantes motoras.

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A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência considera ser cada vez mais importante assinalar o Dia Mundial de Sensibilização para a Acessibilidade, neste caso, digital e tecnológica.

A data assinala-se esta quinta-feira e o objetivo "é falar, pensar e aprender sobre a acessibilidade digital e os diferentes tipos de utilizadores, incluindo pessoas com deficiência", pode ler-se numa nota do gabinete de Ana Sofia Antunes.

Em declarações à Renascença, a governante, ela própria deficiente visual, diz que "a importância de se assinalar esta data é cada vez maior e nós fomos tendo a oportunidade de perceber isso cada vez melhor durante a pandemia que atravessamos".

Em seu entender, é fundamental "estarmos todos ligados remotamente e termos a oportunidade de fazermos coisas à distância".

Ana Sofia Antunes reconhece que "muitos dos trabalhos e das atividades que temos que desenvolver hoje em dia baseiam-se em tecnologia e informática, tecnologias e softwares esses que deveriam estar, à partida, preparados para serem utilizados por todos. o que nem sempre acontece".

Por isso, esta responsável admite que "é importante sensibilizar todos os utilizadores, mas muito especialmente os criadores e quem desenvolve tecnologia, que é importante que estes tipos de ferramentas sejam desenvolvidos de raiz, contemplando preocupações de acessibilidade, por forma a que estas tecnologias possam ser usadas por todos". É que acontece, "muitas vezes estas tecnologias terem limitações de utilização por parte de pessoas com deficiência visual, com surdez, com condicionantes motoras ao nível dos membros superiores".

A secretária de Estado afirma que "temos procurado desenvolver um trabalho sério de sensibilização, nomeadamente, nos serviços da administração pública central e não só, no sentido de terem preocupações com a acessibilidade, nomeadamente, dos seus sites e das aplicações web que criam", uma vez que, defende, "todos os cidadãos têm de ter igualdade de oportunidades para aceder a estes mecanismos e a estas respostas".

Nesse sentido, Ana Sofia Antunes disse que foi lançado "muito recentemente um software desenvolvido pela Agência para a Modernização Administrativa que permite aos responsáveis pelos sites, de forma simples, perceber qual é a qualidade e o nível de acessibilidade dos seus sites e o que têm de fazer para melhorar essa mesma qualidade de acessibilidade".

Entretanto, está previsto na Plataforma 'Mais Acesso' dentro do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), o desenvolvimento de um call center para o atendimento de pessoas surdas.

Trata-se de "um projeto antigo que já temos e que queremos agora consolidar com o apoio desta plataforma".

Neste call center estarão "disponíveis e em trabalho um grupo de intérpretes de Língua Gestual Portuguesa (LGP) e que darão apoio quando qualquer cidadão surdo se dirija a um serviço público onde precise de ser atendido, colocar uma questão e ser devidamente esclarecido".

Esta pessoa pode "contactar esse mesmo call center mediante a realização de uma simples vídeo chamada, que é algo comum para os cidadãos surdos, e contar com a interpretação entre si e o funcionário público que o está a atender e, assim, poder com ele comunicar de forma inteiramente acessível".

De resto, diz a secretária de Estado, a "própria Estratégia Europeia para as Pessoas com Deficiência pretende que os estados-membros implementem políticas que promovam a eliminação de barreiras digitais, de informação e de comunicação e que combatam a exclusão social".

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