21 mai, 2021 - 18:11 • Pedro Mesquita , Filipe d'Avillez
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Numa altura em que já se fala de vacinar em breve a faixa da população entre os 30 e os 50 anos, há pessoas de grupos etários mais velhos que ainda aguardam ser chamadas para levar a vacina.
A Renascença falou com duas pessoas a quem foi recusada a inoculação no centro de vacinação por terem alergias. Foi-lhes dito que seriam contactadas por um hospital, mas até hoje ainda esperam.
Maria Lee, que vive na região de Lisboa, já está à espera desde março.
"Eu tenho 72 e ainda não fui vacinada. Apresentei-me no posto de vacinação no dia 31 de março, não me vacinaram por causa de umas alergias que tenho. Disseram que tinha de ser feito em contexto hospitalar e que o hospital me contactaria. Mas ninguém me contactou até agora.”
“Já contactei a ministra da Saúde, a DGS, enviei emails para a task force, o meu centro de saúde, e ninguém sabe de nada", queixa-se.
José Maria Lopes, de 73 anos, vive em Barcelos e queixa-se do mesmo.
"A primeira vez fui ao centro de vacinação, perguntaram-me se tenho alergias e disse que sim, tenho alergias às aspirinas e aos anti-inflamatórios não esteroides e a enfermeira mandou chamar o médico e ele disse que eu não podia ser vacinado. Preencheu um impresso para eu ser chamado para ser vacinado no hospital. Foi há um mês, e até agora nada."
No sentido de saber o que se deve fazer nestas situações, a Renascença falou com Luís Pisco, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa, que garante que ninguém será esquecido, mas que a informação que foi dada a estes cidadãos não terá sido a correta.
"O que se passa é que a pessoa referiu que tinha alergias ou alguma outra situação desse tipo e, portanto, à partida a norma diz que esse tipo de situações, em que pode haver uma reação alérgica ao levar a vacina, alguma coisa que possa ser grave, que a vacina deve ser feita em ambiente hospitalar.”
“O que a pessoa devia fazer seria falar com o médico de família para ele ver dentro do agrupamento de centros de saúde e com o hospital de referência para combinar o agendamento dessa situação, que aliás tem estado a acontecer em várias situações, mas é caso a caso, não vão ser chamadas por nenhum hospital", avisa.
Nestes casos, os cidadãos "devem ir ao médico de família para o médico de família perceber o que aconteceu. Neste caso a pessoa declarou que tinha alergias quando fez o questionário e então a norma recomenda que deveria ser vacinada em ambiente hospitalar. Normalmente o agrupamento de centros de saúde dessa região contacta com o hospital de referência e entre eles acertam a maneira de a pessoa ir ao hospital e ser lá vacinada."
"Seguramente não vão ser deixadas para trás. Há de facto uma intercorrência que dificultou a vacinação naquela altura em que foi chamada, e tem de ir a um hospital. É um processo normal, mas que deve ser mediado pelo médico de família", complementa Luís Pisco.