24 mai, 2021 - 17:57 • Lusa
A Comunidade Intermunicipal do Algarve e a Região de Turismo do Algarve querem que o governo decrete requisição civil para contrariar a greve de trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras marcada para entre 1 e 15 de junho.
“Estamos a falar de 37 a 40 funcionários que põem em causa a vida de 400 mil”, disse à agência Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), referindo-se ao pré-aviso de greve do Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras (SIIFF), referente aos funcionários da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras no período das 9h00 às 12h00 da manhã entre os dias 1 e 15 de junho.
Para António Pina, caso a situação não fique resolvida até ao final da semana”, a AMAL e a Região de Turismo do Algarve (RTA) vão solicitar ao Governo que acione a “requisição civil” para que quem tenha viagens programadas “saiba disso com alguma antecedência e não seja com 24 horas ou viva na ansiedade”.
“Não é aceitável e quase um crime de lesa-pátria, no estado em que está a economia do Algarve - que depende o do turismo - que uma estrutura policial que jurou defender a pátria, faça - por questões que até podemos compreender, mas completamente desadequadas na forma e contexto - uma greve de 15 dias das 9h00 às 12h00 e atrapalhar a vinda de 400 aeronaves e 80 mil pessoas”, realçou.
O autarca sublinhou que há uma “janela de oportunidade” na qual o destino Algarve “está em melhor condições” para acolher os turistas,”principalmente os britânicos” mas alerta que quando chegarem ao aeroporto “vai ser uma balbúrdia para entrarem em espaço português, porque (os inspetores do SEF) estão em greve”.
António Pina apelou para o “bom senso” das estruturas sindicais e dos profissionais, apontando que esta postura terá como consequência “a perda de algum apoio popular que ainda possa existir” para a manutenção da existência do SEF e que a opinião pública “passe a ser a favor da integração da estrutura numa outra policia”.
O presidente da AMAL pediu um esclarecimento rápido da questão para que “não se corra o risco de haver desmarcação (de viagens de turistas), fruto desta incerteza”.
“O que será chegarem milhares de pessoas ao aeroporto e não haver quase funcionários para os deixarem entrar no espaço português”, questionou.
Num comunicado conjunto, AMAL e RTA pedem ao sindicato que pondere “as consequências gravosas desta posição, atendendo ao impacto que terá na atividade turística do principal destino nacional e no emprego de muitos residentes na região do Algarve”.
Defendendo não estar em causa o “legítimo direito constitucional” à greve dos trabalhadores do SEF, os presidentes das duas entidades sublinham o “direito ao trabalho de muitos residentes no Algarve” e o “retomar da atividade motora da economia regional” destacando que a primeira quinzena de junho é “um período fulcral, que antecede o pico da procura turística de julho e agosto na região”.