25 mai, 2021 - 20:23 • Sandra Afonso
O ministro das Finanças, João Leão, afirmou esta terça-feira que o investimento privado é essencial para cumprir as metas ambientais. Na conferência "Financiamento Sustentável: Novos Desenvolvimentos", onde também estiveram presentes os ministros da Economia e do Ambiente e da Transição Energética, João Leão vincou que sem a participação ativa das empresas, o país não conseguirá fazer a transição para uma economia sustentável:
"É claro que o dinheiro público não será suficiente para cumprir as necessidades de investimento, só o sector público pode providenciar a escala necessária para alcançar as metas ambientais. A distância entre o crescimento económico e as emissões de CO2 tem de ser quebrada e isto é impossível sem avultados investimentos e capital. Para isto, será essencial que investidores e empresas promovam atividades sustentáveis", salientou o ministro das Finanças.
Mas os privados não estão sozinhos. João Leão lembra que o recém-criado Banco de Fomento terá um papel essencial no financiamento desta nova era.
"Este banco tem um papel essencial na coordenação de diferentes fontes de financiamento, garantindo o acesso das empresas portuguesas, ao mesmo tempo que garante que este financiamento está alinhado com as políticas nacionais e compromissos ambientais, sociais e económicos O mandato verde é uma parte fundamental da missão do Banco de Fomento", disse Leão.
Economia verde
Pedro Siza Vieira diz que há dinheiro disponível p(...)
O ministro das Finanças reforçou ainda que as alterações climáticas e a economia sustentável são temas prioritários da Presidência portuguesa do Conselho Europeu. No entanto, neste momento há medidas já acordadas, que aguardam ainda pelo processo legislativo.
Já o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, disse que os bancos não podem ignorar impacto dos investimentos no ambiente".
Matos Fernandes lembrou o objetivo comunitário de alcançar a neutralidade económica até 2050, e para isso é fundamental apostar na sustentabilidade, o que implica identificar os investimentos que respeitam estas metas.
"A transição para uma economia ambiental neutra, a proteção da biodiversidade e a promoção de fontes de energia renovável, têm o potencial para rapidamente aumentar o emprego e o crescimento e melhorar o modo de vida de todos os cidadãos, a nível mundial, contribuindo para construir sociedades mais resilientes. Por isso, o setor financeiro pode desempenhar um papel essencial na promoção de investimentos verdes, ao não ignorar que as projeções devem incluir o contributo dos projetos para combater ou piorar as alterações climáticas", afirmou o ministro.
O governo português já começou a trabalhar nesta economia de futuro. Matos Fernandes sublinha que 85% do financiamento do PRR destina-se a investimentos sustentáveis, como fontes de energia renováveis, mobilidade sustentável, gestão sustentável da floresta, bioeconomia ou planos de combate à seca.