27 mai, 2021 - 11:35 • Celso Paiva Sol
A contestação interna contra a extinção do SEF continua. Um dos sindicatos que representa os inspetores do serviço acusa o ministro da Administração Interna de desonestidade num processo que, segundo diz, serve apenas para mascarar a sua incapacidade na gestão da morte de um cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa.
“O problema é a atual ausência de ação por parte do ministro ao longo de meses. A sua omissão e falta de sentido de Estado fizeram com que o episódio hediondo e singular do aeroporto de Lisboa se tenha transformado num anátema geral sobre todos os inspetores do SEF”, afirmou o sindicalista Acácio Pereira nesta quinta-feira, na abertura da conferência “A importância do SEF”.
“A questão é que isso não corresponde à verdade. Isso é desonesto e inaceitável”, apontou, para logo defender que “o SEF não pode ser sacrificado apenas para salvar a cabeça política de um ministro inapto que, perante o vazio da sua própria inação, se lança numa fuga para a frente, querendo extinguir o SEF, prejudicando com isso o sistema de segurança interna e prejudicando Portugal”.
O presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras exige que a reforma do SEF seja debatida no Parlamento – ao contrário daquela que parece ser a intenção do Governo, que é extinguir o serviço apenas através de decretos governamentais.
A reforma do SEF foi anunciada na sequência do caso da morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk, tendo sido oficializada no dia 8 de abril, dia em que este serviço passou a designar-se, oficialmente, Serviço de Estrangeiros e Asilo (SEA).
A conferência desta quinta-feira, “A importância do SEF”, é uma iniciativa onde este sindicato junta representantes de todos os partidos com assento parlamentar.
Entretanto, o Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras do SEF (SIIFF) entregou pré-avisos de greve para o aeroporto de Lisboa, da Madeira e de Faro, com paralisações da parte da manhã, a começar em 1 de junho e a prolongar-se, consoante o aeroporto, até 28 de junho.