28 mai, 2021 - 12:53 • Hélio Carvalho
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O concelho de Lisboa preocupa os especialistas de saúde pública, mas o aumento da incidência parece circunscrito ao concelho e não ao resto da região de Lisboa e Vale do Tejo.
Segundo Carla Nunes, diretora da Escola Nacional de Saúde Pública e uma das especialistas presentes na reunião desta sexta-feira no Infarmed, o concelho de Lisboa teve 3,28 vezes mais casos observados do que o esperado, tendo em conta o panorama nacional, durante a últimas três semanas.
Lisboa é um dos "clusters" que causam maior apreensão, assim como os "clusters" na Golegã e em Salvaterra de Magos/Cartaxo. Estas são, segundo Carla Nunes, "áreas críticas" com situações mais graves, mesmo que essa gravidade não seja acentuada.
Conselho de Ministros
Situação de calamidade mantém-se até 13 de junho. (...)
Relativamente à situação epidemiológica, o concelho de Lisboa é dos poucos concelhos entre março e o dia 25 de maio a registar uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes.
No mesmo período, toda a região de Lisboa e Vale do Tejo apresenta um “crescimento da incidência por ser uma zona de grande densidade e movimentos pendulares intensos”, diz André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde.
Assim, explicam os especialistas, os novos casos concentram-se sobretudo no centro do concelho e em freguesias limítrofes de outros concelhos à volta da cidade.
“As freguesias contíguas apresentam incidências superiores a 120 casos”, disse André Peralta Santos, que acrescenta “o crescimento está a dispersar-se ao longo das freguesias mais periféricas”, apesar de algumas freguesias no centro de Lisboa terem "uma tendência de descida”.
No Conselho de Ministros de quinta-feira, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, apresentou as alterações ao mapa do desconfinamento e foi anunciado que o concelho de Lisboa estava agora em situação de alerta e sob risco de regredir no plano.
Mariana Vieira da Silva disse que a região de Lisboa e Vale do Tejo “tem níveis de incidência crescentes” e que os números “são motivo de preocupação” para as autoridades de saúde.