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Liga dos campeões

Final da Champions levanta preocupação face à variante indiana. “Há uma dualidade de critérios difícil de perceber”

28 mai, 2021 - 08:30 • Joana Gonçalves

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública aponta um "problema de comunicação" por parte do Governo e não esconde a preocupação face a um possível aumento de casos de Covid-19, na sequência do evento.

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A presença de mais de 16 mil adeptos ingleses na cidade do Porto, para assistirem à final da Liga dos Campeões, no estádio do Dragão, pode representar um perigo acrescido na propagação da nova variante indiana, alerta o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública.

“Naturalmente que estamos apreensivos quanto a essa matéria”, adianta Ricardo Mexia. “No próprio Reino Unido estão também preocupados com essa situação, no que diz respeito à variante indiana, que fruto da proximidade da Índia com o Reino Unido, lhes tem gerado problemas”, acrescenta.

Para além da preocupação com a nova variante, associada a uma maior transmissibilidade do vírus, o especialista levanta ainda o problema do incumprimento de medidas que têm sido impostas pelas autoridades de saúde.

“Uma das questões que se coloca é que o controlo das fronteiras, num contexto de baixa incidência como é o nosso, é absolutamente fundamental. O que acaba por acontecer é que não só temos a chegada de muitos turistas, como não temos a capacidade de lhes impor aquilo que muitas vezes as autoridades de saúde têm determinado, que são os isolamentos profiláticos durante 14 dias. A sua estadia é muito mais curta do que isso”, explica.

Ricardo Mexia não nega, também, alguma apreensão perante a notícia de que vários adeptos “furaram a bolha” inicialmente prevista pelo Governo, que garantiu que os turistas que chegassem a Portugal para assistir ao jogo estariam menos de 24 horas em território nacional.

O médico de saúde pública questiona, ainda, a decisão do Executivo, que permitiu 16.500 adeptos nas bancadas da final da Champions, depois de o ter negado por várias vezes em competições nacionais.

“Há aqui uma dualidade de critérios que é difícil de entender. Tenho dificuldade em perceber porque é que um jogo de futebol que envolve equipas inglesas e que potencialmente até tem um risco maior de importação da doença pode ter esse volume do público, enquanto nos nossos estádios isso não foi possível”, afirma.

Ricardo Mexia aponta um “problema de comunicação” por parte do Governo e apela a um esclarecimento célere. “Se houver um critério, acho que era bom que ele fosse explicitado, para que toda a gente pudesse perceber. Naturalmente, como qualquer medida, e esta não é exceção, se nós percebermos a motivação e a razão pela qual, para exatamente a mesma situação, se aplicam critérios diferentes, todos cumpriremos as regras de forma muito mais rigorosa”, explica.

De acordo com o especialista, “é plausível” que o número de casos de Covid-19 aumente depois do evento. “No contexto do Algarve, onde há um volume de turistas importante, já temos, nalguns locais, um aumento dos casos”, adianta.

A final da Liga dos Campeões está marcada para sábado às 20h, com a presença de 16.500 adeptos, no estádio do Dragão.

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  • Anónimo
    28 mai, 2021 Lisboa 09:50
    O que importa que morram mais 17000 de Covid? Não se pode é pôr em causa a submissão ao imperialismo britânico!

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