31 mai, 2021 - 10:42 • Miguel Coelho , Olímpia Mairos
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“São erros a mais”. O bastonário da Ordem dos Médicos pede ao Governo que faça uma reflexão sobre o trabalho que tem sido feito no combate à pandemia, sobretudo em eventos desportivos.
Depois de o presidente do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, ter pedido a demissão de António Costa, por permitir que os estrangeiros entrem nos estádios portugueses, ao mesmo tempo que proíbe os portugueses de o fazerem, o bastonário da Ordem dos Médicos recusa falar em demissões, mas admite que já são erros a mais.
“Quem tem o poder para tomar esse tipo de decisões deve, obviamente, fazer uma reflexão sobre aquilo que tem acontecido nos últimos meses, a partir de novembro do ano passado”, defende Miguel Guimarães, acrescentando que “compete a quem tem responsabilidade política tomar este tipo de decisões e, eventualmente, fazer esse tipo de exigências”.
“Agora que há erros que já são acumulados aos longo destes tempos, e que não são fáceis de entender pela população, e que este tipo de mensagem que se passa hoje vem dar cabo do trabalho que nós todos andamos a fazer durante meses a fio e, portanto, isto tem efeitos nefastos”, afirma.
O bastonário Miguel Guimarães deixa também muitas críticas à Direção Geral da Saúde (DGS) por não acompanhar, de forma atempada, as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS). Exemplo disso, foi a imposição de máscara obrigatória em Portugal com um mês de atraso.
“A nossa Direção Geral de Saúde não conseguiu acompanhar, em termos daquilo que foram as diretivas apontadas pela Organização Mundial de Saúde, ou seja, de antecipação”, afirma Miguel Guimarães, acrescentando que “muitas medidas que poderiam ter sido importantes” não foram tomadas.
“Ainda me recordo quando a Ordem dos Médicos veio propor a utilização de máscara em espaços fechados, e, na altura, até fomos um bocado achincalhados por alguns políticos e também pela própria DGS, mas, passado um mês, a DGS disse que as máscaras tinham que ser obrigatórias”, lembra o bastonário.
Para Miguel Guimarães, “isto, em termos da DGS, foi complicado. Mas, foi na altura e continua a ser agora”.
“Tivemos aqui dois meses e meio em que já sabíamos que não íamos fazer a segunda dose de vacina AstraZeneca com pessoas com menos de 60 anos, porque foi uma decisão da DGS. Também não se percebe qual é a fundamentação, por exemplo, para a idade limite para a vacina da AstraZeneca ser 60 anos”, exemplifica.
A pandemia marca os três dias de trabalhos do Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, que decorre em Coimbra, e pretende ser um “importante contributo para o país e para sociedade”.
A Ordem dos Médicos quer fazer desta reunião magna dos médicos, que decorre até 03 de junho, o “grande congresso da ciência, em que são apresentadas as novidades mais importantes, com reflexos na prática, do que são as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento por áreas de especialidade”.
Segundo Miguel Guimarães, esta reunião dos médicos portugueses constituirá, assim, uma forma de contribuir para preparar Portugal para uma eventual nova pandemia, alegando que “estas reflexões têm de se fazer já”.
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