07 jun, 2021 - 20:10 • Eunice Lourenço
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Portugal já pediu a esclarecimentos a Espanha sobre as medidas postas em prática pelas autoridades espanholas para quem pretenda entrar naquele país por via terrestre.
Em declarações à Renascença, o ministro dos negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, diz que “só pode ser um equivoco ou um erro”, caso contrário Portugal terá de tomar “medidas reciprocas” e exigir também teste ou certificado de vacinação a quem entre em Portugal pela fronteira terrestre.
“Pedimos esclarecimentos às autoridades espanholas, aos diferentes níveis político-diplomáticos, começando aliás pelo meu nível. Esperemos esses esclarecimentos tão brevemente quanto possível por aquilo que só pode ser um equívoco ou um erro. Na ausência desses esclarecimentos teríamos de tomar medidas recíprocas”, diz Santos Silva.
Dos contactos que já fez, o ministro diz que formou uma “convicção muito forte” que se trata de um erro da Direção Geral da Saúde de Espanha.
“Nos momentos mais difíceis da pandemia, nós e Espanha coordenadamente mantivemos as fronteiras fechadas. Agora, quando a situação epidemiológica o permitiu abrimos a fronteira. Não podemos ter a fronteira aberta e, ao mesmo tempo, te ruma exigência cuja verificação paralisaria o transito rodoviário”, afirma o chefe da diplomacia portuguesa.
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Segundo o ministro explicou à Renascença, Portugal teve conhecimento da simplificação das exigências para a entrada em Espanha, que passou a considerar que quem já tenha sido vacinado não tem de apresentar teste negativo e que os testes a apresentar por quem não tenha sido vacinado pode ser testes rápidos e não são necessários testes PCR.
“O que não estava anunciado e é o erro que consta da resolução da Direção Geral de Saúde de Espanha, entretanto publicada, foi a aplicação destas medidas à fronteira terrestre, por duas razões”, diz o ministro, que aponta duas razões para o que considera um erro: “Em primeiro lugar, essa aplicação unilateral da parte de Espanha viola a boa prática seguida até agora que tem sido sempre a de a gestão da fronteira comum se fazer de forma articulada entre os dois ministérios da Administração Interna; a segunda razão é que a exigência de teste negativo na circulação terrestre causaria prejuízos enormes ás pessoas e às economias”.
O ministro considera que “as medidas anunciadas por Espanha” no geral “iam num sentido mais avançado do que as medidas mais prudentes em Portugal”. “Continuamos a exigir um teste negativo que tem de ser um teste PCR realizado nas últimas 72 horas”, lembra, recusando comentar as decisões espanholas de alívio de exigência.
“O erro aqui está em que nessa alteração deu-se um enorme passo atrás que foi passar a considerar que nas fronteiras terrestre o teste negativo era também uma exigência e isso não foi até agora”, aponta Santos Silva que espera que “os esclarecimentos venham rapidamente e este equívoco seja corrigido”.