09 jun, 2021 - 20:18 • Lusa
A TST (Transportes Sul do Tejo) registou até às 17h00 desta quarta-feira uma adesão à greve de 84,3% nos serviços de transporte e de 68,6% no total de trabalhadores, de acordo com fonte oficial da empresa.
Os trabalhadores dos TST, que servem a Península de Setúbal, marcaram dois dias de greve para esta quarta-feira e sexta-feira para exigir uma atualização salarial.
Segundo fonte sindical, a greve estava esta manhã com uma adesão entre 90 e 95%.
Ao início da tarde, os trabalhadores anunciaram que iam pedir uma reunião à empresa depois de esta ter apresentado uma proposta que fica aquém do esperado quanto à tabela salarial.
Em declarações à agência Lusa após um plenário, o sindicalista João Saúde, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), disse que os trabalhadores ficaram "indignados" com as propostas da empresa, que não vão de encontro ao que pretendiam - uma atualização salarial - e colocam em cima da mesa a hipótese de voltar à greve.
Por isso, os trabalhadores decidiram manter a greve de sexta-feira.
"A empresa entregou uma proposta aos trabalhadores na terça-feira na qual avançava com um aumento do valor das diuturnidades a 1 de julho em 15 euros", disse.
Entre as propostas, está também a eliminação em janeiro de 2022 da rubrica de agente único.
"O trabalhador tem um subsídio por fazer o trabalho de cobrador de bilheteira [agente único]. A empresa quer eliminar e integrar o valor no salário. Isto dá a falsa ideia de que os trabalhadores dos TST passariam de um salário de 700 euros para 840 euros e isso é o que já recebem", contou.
A empresa propõe também, segundo João Saúde, o aumento do subsídio de alimentação para 6,50 e de 7,63 para o subsídio de alimentação em deslocado.
"Os trabalhadores reunidos em plenário não concordaram com estas propostas que não lhes dão nada de concreto relativamente à evolução da tabela salarial. Um salário entre 900 a 1000 euros base, tendo em contra o desgaste da profissão de motorista, a responsabilidade e a violência dos horários, seria, nesta altura, um salário para possível acordo", disse.
Em 20 de maio, os trabalhadores tinham dado 15 dias à empresa para responder à exigência de atualização salarial e, como não obtiveram resposta, decidiram avançar para a paralisação.
Na altura, João Saúde explicou que os trabalhadores exigem a atualização dos seus vencimentos porque entendem que "não podem estar a ganhar o salário mínimo nacional", sublinhando que a profissão de motorista é uma profissão de grande responsabilidade e sujeita a um enorme esforço em termos de horários.
A TST, detida pelo grupo Arriva, desenvolve a sua atividade na Península de Setúbal, abrangendo os concelhos de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal, e efetuando serviços de transporte de passageiros, através de carreiras urbanas, suburbanas e rápidas.