09 jun, 2021 - 07:46 • Beatriz Lopes , Marta Grosso
Portugal tem 53 praias “Zero Poluição” em território continental. São praias onde, nos últimos três anos, não foi detetada qualquer contaminação microbiológica nas análises às águas.
As chamadas praias de “elite”, nas palavras do presidente da associação, abrangem sobretudo os concelhos de Alcobaça, Porto Santo e Tavira (com quatro), e Faro, Peniche, Sesimbra e Vila do Bispo (com três), num total de 30 concelhos.
A lista é divulgada nesta quarta-feira – dia em que começa a época balnear em quase 200 praias portuguesas – pela associação ambientalista Zero.
Os números são bons, mas, no ano passado, Portugal tinha 68 praias com “Zero Poluição”, o que significa que houve uma descida para 2021.
Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista, desvaloriza, contudo, a descida, porque o valor detetado nas águas de 29 praias em termos de resíduos estava “muito abaixo, muito longe do limite, sem pôr em causa, de forma alguma, a excelência em termos de qualidade de água destas praias”.
Da lista de praias com qualidade de água "excelente", foram retiradas, neste ano, por exemplo, nove praias de Torres Vedras e cinco de Angra do Heroísmo – os principais concelhos afetados.
Mas, Francisco Ferreira destaca o que há de bom. “Não nos podemos esquecer que mais de 90% das praias têm uma qualidade da água excelente. Agora, realmente, aquelas absolutamente fantásticas, em que nos últimos três anos, além de terem uma qualidade de água excelente, não se detetou qualquer poluição, são 53”.
Para que a lista aumente, o presidente da Zero sublinha a importância de comportamentos mais sustentáveis. Pede ainda que os banhistas só frequentem praias onde há vigilância e onde se conhece a qualidade da água.
“Para nós, o importante é que as pessoas, ao deslocarem-se a uma praia, verifiquem qual a qualidade da água. E, um outro alerta, que em tempo ainda de pandemia tenhamos estes cuidados, quer do ponto de vista da saúde pública quer do ponto de vista ambiental a não deixar quaisquer resíduos da praia”, apela.
Francisco Ferreira sublinha que “80% dos cerca de 12 milhões de toneladas de plástico que entra no ambiente marinho, por exemplo, em cada ano, vêm de fontes terrestres”.