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Covid-19

Testes em eventos familiares são mesmo obrigatórios, diz Lacerda Sales

18 jun, 2021 - 12:11 • Paula Caeiro Varela , Marta Grosso , Lusa

O secretário de Estado da Saúde não deu margem para dúvidas quanto à exigência de testes antes de eventos com mais gente. No Parlamento, reconheceu ainda que 2021 será decisivo para preparar o futuro do SNS.

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Os testes à Covid-19 em eventos familiares com mais de 10 pessoas são mesmo obrigatórios. A afirmação é de António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, esta sexta-feira no Parlamento.

“’Devem’ só tem um significado em Português é ‘estar obrigado a’. Repito: ‘devem’ é 'estar obrigado a', portanto, devem estar obrigados em eventos familiares, casamentos e noutros eventos culturais possíveis”, afirmou com veemência perante os deputados.

O Governo admite preocupação com as infeções pelo novo coronavírus registadas em pessoas já vacinadas. Embora relativize os números, Lacerda Sales diz que a situação está a ser acompanhada.

“Temos cerca de mil infetados e cinco mortes em cerca de 6.6 milhões de pessoas infetadas, diria que é menos de 0,1% em número de infetados e em número de mortes é menos de 0,08%. São números ínfimos”, afirmou em resposta a uma questão do CDS.

“De qualquer forma, todos os números nos preocupam e garantidamente estamos a monitorizar juntamente com a Direção-Geral de Saúde e claro que sempre preocupados porque uma vida é uma vida. Daremos essa informação logo que possível”, adiantou.

Outra das questões colocadas pelos deputados foi sobre os cuidados de saúde primários e o que ficou para trás por causa da pandemia. O secretário de Estado garante que há uma recuperação nos primeiros meses do ano, nomeadamente nas listas de cirurgias oncológicas.

“Em dezembro de 2020, tinha cerca de cinco mil e 800 pessoas em lista de espera para cirurgia”, mas “durante os primeiros quatro meses de 2021 conseguimos resolver cerca de 70% desta lista, quase quatro mil utentes que esperavam esta cirurgia”, apontou.

2021 será “decisivo” para o futuro do SNS

António Lacerda Sales diz que “o ano 2021 será decisivo para preparar o futuro” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “através da redução das desigualdades e das assimetrias. Mas é preciso olhar para o capital humano que temos, melhorando cada vez mais as condições de trabalho, que é fundamental para o progresso das instituições”.

O secretário de Estado apontou então cinco grandes prioridades, nas quais destacou o objetivo de “assegurar a vacinação a toda a população”, a “gestão da matriz de risco” – em que defendeu ser “necessário continuar a apostar no referencial da incidência e do R [índice de transmissibilidade] -, a recuperação da atividade assistencial, a preparação do inverno 2021-22 – em que frisou o aumento de mais de 100 mil doses da vacina da gripe – e a promoção do robustecimento do SNS, que garantiu não se esgotar no Plano de Recuperação e Resiliência.

“É por isso essencial compreender os últimos 15 meses e o percurso transformador que Portugal e os portugueses fizeram: um percurso alicerçado na redução da pressão dos serviços de saúde, no reforço dos meios e na preparação do país para a nova realidade. É necessário encarar os próximos tempos como decisivos”, enfatizou.

Lacerda Sales considerou que a pandemia “transformou profundamente a vida da sociedade contemporânea” e que o “futuro não será como dantes”, mas realçou a “extraordinária mobilização social” dos portugueses, o avanço digital no setor e o reconhecimento das capacidades dos profissionais de saúde.

Sabemos que há muito a fazer, mas isso não pode apagar o que de positivo tem sido feito. Fizemos da crise um momento de superação e resiliência”, frisou, respondendo diretamente à interpelação inicial do CDS-PP realizada pelo deputado Telmo Correia: “Sorte não sei se tivemos, mas garanto que nunca hesitámos em tomar medidas. Tivemos de tomar medidas muito difíceis num cenário em que nenhum Governo teve de tomar na história democrática”.

Em Portugal, morreram 17.057 pessoas dos 861.628 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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