18 jun, 2021 - 17:57 • Ricardo Vieira
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A variante Delta, associação à índia e mais contagiosa, deverá ser predominante em Portugal nas próximas semanas, indica o relatório das linhas vermelhas Covid-19 da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
“A variante Alpha, associada ao Reino Unido, foi a variante dominante durante mês de maio, estimando-se que a variante Delta (B.1.617.2 ou associada à Índia) se possa sobrepor a esta nas próximas semanas”, refere o documento conhecido esta sexta-feira.
A DGS e o INSA referem que a análise dos vários indicadores "revela transmissão comunitária do vírus SARS-CoV-2 com intensidade e pressão crescente nos serviços de saúde, em especial na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT)".
O avanço da variante Delta, cerca de 60% mais transmissível, obriga a uma maior atenção à evolução dos indicadores e preparação para o controlo da pandemia.
"Dado o aumento na frequência da variante Delta, provavelmente com maior transmissibilidade, o intervalo de tempo esperado entre o aumento do número de infeções e o número de internamentos em UCI, a tendência crescente dos vários indicadores a nível nacional, e a sua aproximação aos limiares “linhas vermelhas”, impõem ainda maior atenção à evolução dos indicadores de incidência, virológicos e de impacte, assim como ao aumento do nível de preparação dos recursos a nível regional e sub-regional para o controlo e mitigação da epidemia em Portugal, em especial na população não vacinada ou sem esquema vacinal completo", pode ler-se no relatório.
Covid-19
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Até 16 de junho, foram identificados 157 casos da linhagem Delta. Nesta altura, "já existe transmissão comunitária desta variante, mais evidente na região de LVT".
Foram também identificados 113 casos da variante Beta, associada à África do Sul, sendo que existe transmissão comunitária desta variante, e 146 casos da variante Gamma, associada a Manaus.
O relatório adianta que o úmero de novos casos de Covid-19 por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 105 casos, "com tendência crescente a nível nacional".
O valor do índice de transmissibilidade Rt apresenta valores superiores a 1 ao nível nacional (1,14) e em todas as regiões de saúde, "sugerindo uma tendência crescente". Esta tendência crescente é mais acentuada em LVT, que apresenta um Rt de 1,20.
Mantendo-se esta taxa de crescimento, o tempo para atingir a taxa de incidência acumulada a 14 dias de 120 casos por 100 mil habitantes "será inferior a 15 dias para o nível nacional e na região do Algarve".
Essa barreira já foi ultrapassada em LVT, "que poderá ultrapassar o limiar da incidência acumulada a 14 dias de 240 casos por 100 mil habitantes em menos de 15 dias", alerta o relatório das linhas vermelhas.
O número diário de doentes Covid internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente "revelou uma tendência crescente, correspondendo a 36% (semana passada 29%) do valor crítico definido de 245 camas ocupadas".
Ao nível nacional, a proporção de testes positivos foi de 2,3 %, contra 1,3% na semana passada, "valor que se mantém abaixo, mas mais próximo do limiar definido de 4%".
O relatório refere, ainda, que desceu o número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias.
A limitação de entrar e sair da Área Metropolitana de Lisboa aos fins de semana entrou em vigor esta sexta-feira, às 15h00.
O boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) coloca oito concelhos acima da linha vermelha dos 240 casos por 100 mil habitantes, registados entre os dias 2 de junho e 15 de junho (consulte aqui a lista completa em PDF).
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