21 jun, 2021 - 15:50 • Redação
Veja também:
A Covid-19 está a aumentar em Portugal e é preciso "ganhar tempo" para que as novas variantes, como a Delta, "possam ser mais controladas", afirma a ministra da Saúde, Marta Temido.
Em declarações aos jornalistas à margem de um evento no Museu da Farmácia, em Lisboa, Marta Temido diz que a variante Delta, associada à Índia, vai ser predominante em todo o país e é preciso "ganhar tempo".
A ministra da Saúde admite novas restrições, como a cerca imposta durante o fim de semana na Área Metropolitana de Lisboa (AML).
Portugal regista esta segunda-feira mais três mortes e 756 novos casos de Covid-19, avança o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). O país está em cima da linha da zona vermelha da matriz de risco.
A ministra diz que o atual momento pandémico do país é preciso fazer três coisas em paralelo: "continuar a acelerar a vacinação", garantir o acesso a testes Covid "e que sejam utilizados pelas pessoas, para saberem qual é a sua situação e poderem atuar em conformidade".
Em terceiro lugar, "que algumas medidas de contenção do risco de transmissão sejam utilizadas".
"Tivemos uma delas neste fim de semana em vigor na AML e vamos continuar a avaliar a situação e o que é necessário fazer em função destes três instrumentos", explica a governante.
Marta Temido afirma que "Portugal está em contraciclo relativamente a um conjunto de outros países europeus em termos da incidência, o número de novos casos, mas também o risco efetivo de transmissão". A situação explica-se, em parte, pelo avanço da variante Delta, mais 60% transmissível.
"Por um lado, isto tem uma explicação relativamente aos dados de Lisboa e Vale do Tejo, que se prende com o facto de estarmos com um desconfinamento mais à frente do que outros países da União Europeia, mas de estarmos neste momento com uma prevalência bastante elevada da variante Delta, cuja transmissibilidade mais elevada é também conhecida e que é já dominante em Lisboa e Vale do Tejo."
Marta Temido destaca que, atualmente, o país tem "vacinas e capacidade de testagem quais não dispúnhamos há um ano, e temos mais conhecimento sobre a forma de transmissão e de nos protegermos".
"Contudo medidas não farmacológicas nesta fase de transição podem ainda ser necessárias. Temos que ir avaliando e pedir o apoio de todos para, o mais possível, evitar medidas que, sabemos, têm impactos económicos e sociais muito elevados", apela.
O autoagendamento da vacina Covid-19 arranca esta segunda-feira para maiores de 37 anos e não de 35 como foi previsto no fim de semana, confirmou à Renascença fonte da "task force" do plano de vacinação.
A partir desta segunda-feira, quem tiver 37 ou mais anos poderá recorrer ao Portal do Autoagendamento, da Direção-Geral da Saúde (DGS), para marcar a vacina contra a Covid-19, garante a mesma fonte.
A ministra da Saúde adiantou que o autoagendamento para maiores de 35 anos vai arrancar ainda esta semana.
A testagem gratuita nas farmácias, em Lisboa, à Covid-19 deixou de estar limitada a dois testes mensais por morador na cidade, passando a oferecer um número de testes ilimitados, independentemente de ser ou não residente em Lisboa, informa a Câmara Municipal.
A ideia da imunidade do grupo com 70% da população vacinada contra a covid-19 está "completamente desatualizada" porque a vacina não protege contra a infeção e a transmissão do vírus, afirma Miguel Castanho, investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.