22 jun, 2021 - 20:51 • Lusa
O Governo vai lançar brevemente um programa de formação para o setor público sobre a diversidade e igualdade cultural e religiosa, disse esta terça-feira a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
"É intenção do Governo lançar em breve um programa de formação e capacitação dos profissionais do setor público, central e local, que incidirá sobre a diversidade e a igualdade cultural e religiosa que caracteriza o nosso país", disse a ministra na sessão de encerramento de uma conferência que assinalou os 20 anos da Lei da Liberdade Religiosa em Portugal.
A conferência, organizada pelo Alto Comissariado para as Migrações, realizou-se na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, no Dia Nacional da Liberdade Religiosa e do Diálogo Inter-Religioso.
No discurso que encerrou a conferência Mariana Vieira da Silva justificou a iniciativa do Governo com os tempos que se vivem "em que esse trabalho é necessário" e em que um pouco por todo o mundo, "e nestas coisas nenhum país é um oásis", se questionam valores e princípios de tolerância, pluralismo e cooperação.
"E é através do diálogo, da educação, da compreensão mútua, que podemos contribuir para prevenir tomadas de posição extremistas ou o crescimento das intolerâncias", disse a ministra.
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Mariana Vieira da Silva assinalou a importância do diálogo inter-religioso para as políticas de coesão e salientou o diálogo fundamental e que sempre existiu entre Governo e comunidades religiosas para fazer face à pandemia de covid-19.
"Sempre contámos com toda a disponibilidade dos representantes das comunidades religiosas", disse, fazendo depois um agradecimento público por essa disponibilidade, quer nos momentos mais difíceis da pandemia quer agora, no processo de vacinação.
Um apoio e colaboração que não existiria se não houvesse um trabalho de muitos anos de confiança e de partilha, disse, acrescentando que a harmonia inter-religiosa que existe no país é fundamental para a integração de todos os cidadãos na comunidade nacional.
Mariana Vieira da Silva citou o antigo Presidente da República Mário Soares para salientar a importância do respeito pelo pluralismo religioso e concluiu que é importante que se procure o diálogo, a cooperação, a defesa dos valores da igualdade, da interculturalidade e da não discriminação.
Vera Jardim, presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, também na sessão de encerramento da conferência, lembrou a criação da Lei da Liberdade Religiosa, há 20 anos, disse que desde aí o "universo religioso" mudou radicalmente em Portugal, lamentou que o Parlamento Europeu tivesse chumbado a criação de um dia da liberdade religiosa, e lamentou também que a comissão a que preside não seja mais vezes consultada pelo Governo.