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Covid-19

Variante Delta tem o dobro de probabilidades de hospitalização, mas vacinas são eficazes

29 jun, 2021 - 12:56 • Lusa

Microbiologista João Paulo Gomes cita estudos feitos pelos investigadores ingleses e dados das autoridades britânicas.

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A variante delta é 60% mais transmissível, tem o dobro das probabilidades de levar uma pessoa ao hospital, mas as vacinas mostraram-se eficazes a prevenir doença grave, revelou o microbiologista João Paulo Gomes, citando dados das autoridades britânicas.

Em declarações à agência Lusa, o especialista do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) cita estudos feitos pelos investigadores ingleses (a variante delta tem uma prevalência que ronda os 90% em Inglaterra) e dados da autoridade de saúde britânica que indicam que a delta é 60% mais transmissível do que a variante alfa (conhecida inicialmente como a do Reino Unido) e tem duas vezes mais probabilidade de levar a pessoa ao hospital, mas sublinha que os resultados da vacinação "são promissores e animadores".

"Com duas doses da vacina [AstraZeneca], a proteção conferida contra a hospitalização é na ordem dos 92%", afirmou o especialista, acrescentando: "Quem tenha a vacinação completa, este grau proteção contra a hospitalização é na ordem de 92% a 96% [vacina Pfizer], o que é excelente".

"A palavra de ordem é vacinar", insistiu.

Segundo o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, divulgado pelo INSA, a variante delta, associada inicialmente à Índia, teve "uma subida galopante" na frequência relativa a nível nacional, passando de 4% em maio para 55,6% em junho, mas a sua distribuição "é ainda muito heterogénea entre regiões".

Segundo o INSA, a distribuição da variante delta varia entre 3,2% (Açores) e 94,5% (Alentejo), mas, tendo em conta a tendência observada entre maio e junho, "é expectável que esta variante se torne dominante em todo território nacional durante as próximas semanas".

Do total de sequências da variante delta analisadas até à data, 46 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike, refere o instituto.

No entanto, sublinha, cerca de 50% destes casos restringem-se a apenas duas cadeias de transmissão de âmbito local, o que sugere que a sua circulação comunitária é ainda limitada, sendo a frequência relativa deste perfil (Delta+K417N) na amostragem nacional de junho de 2,3%.

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