30 jun, 2021 - 19:35 • João Carlos Malta
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Para as pessoas que forem infetadas com o novo coronavírus antes de levarem a segunda inoculação, a primeira dose de vacinação da Covid-19 é como se não contasse. E por isso é que se torna necessário um reforço seis meses depois.
É assim que Manuel Carmo Gomes, elemento comissão técnica de vacinação contra a Covid-19 da DGS, explica a diferença em relação às pessoas que antes da vacinação têm covid-19 e necessitam apenas de uma dose.
“Quando a pessoa contrai a doença, a infeção ocorre logo a seguir à primeira dose da vacina, assume-se que a primeira dose não funcionou e não fez um despertar do sistema imunitário. Aquilo que vai despertar o sistema imunitário é a infeção”, explica o especialista.
Na terça-feira, a DGS afirmou que as pessoas que tenham contraído Covid-19 depois de terem recebido uma dose da vacina levarão a dose de reforço ao fim de seis meses.
Em resposta à Renascença, a DGS confirma que os doentes que já tenham recebido a primeira dose farão sempre o esquema completo.
Uma situação diferente daquela das pessoas que estiveram infetadas antes de receber qualquer vacina, uma vez que as normas em vigor dizem que recebem apenas uma dose da vacina contra a Covid, considerando-se então inteiramente vacinadas.
Manuel Carmo Gomes explica que uma pessoa que tem a infeção entre tomas “ passa por um processo semelhante de uma pessoa que nunca recebeu dose nenhuma , e ao final de seis meses recebe a segunda dose”.
“Essa segunda dose é como se fosse a primeira, porque a primeira não conta. Não houve um despertar do sistema imunitário, tanto que a pessoa foi infetada a seguir”, detalha.
Já em relação à possibilidade de a vacina da Janssen ter de ser reforçada com uma segunda dose, por não ser efetiva em relação à variante Delta, Carmo Gomes é cauteloso.
“A informação que eu tenho é que ainda não há evidência. Não sabemos ainda qual a proteção conferida pela Janssen para a variante Delta, enquanto que para a Astrazeneca e vacinas RNA, já existem ensaios que tentam estimar a efetividade de uma dose ou de duas doses. Na Janssen ainda não há essa certeza”, identifica.
Por isso, o membro comissão técnica de vacinação contra a Covid-19 da DGS acredita que é “prematuro dizer se haverá um reforço ou não”. “Admito que seja, mas precisamos de mais dados sobre isso”, remata.
O mesmo não avança ainda datas para termos mais dados, sendo que Portugal espera as conclusões de países como os Estados Unidos, o Reino Unido e Israel que lideram a investigação neste campo.
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