01 jul, 2021 - 20:03 • Lusa
Joe Berardo sentiu-se mal durante o interrogatório no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, e foi assistido pelo INEM.
O empresário madeirense foi transportado ao hospital e, depois de recuperado, já retornou ao estabelecimento prisional onde se encontra detido desde terça-feira e onde passará a terceira noite consecutiva.
O
interrogatório de Berardo terminou esta quinta-feira às 19h15, depois de
se ter iniciado às 18h30, informou o Conselho Superior da Magistratura a pedido
do juiz Carlos Alexandre.
O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal - adianta o CSM - marcou para as 9h00 de sexta-feira (2 de julho) "a continuação das diligências, com a definição do estatuto coativo dos arguidos", ou seja, a aplicação das medidas de coação consideradas adequadas aos arguidos.
Antes, o CSM, também por solicitação daquele juiz Carlos Alexandre, tinha informado que o interrogatório ao advogado André Luiz Gomes - outro dos arguidos detidos na terça-feira - terminara às 18h00, depois de ter começado às 9h23 desta quinta-feira, com interrupção às 13h00 e recomeço das diligências às 14h23.
A informação do juiz Carlos Alexandre sobre o termo do interrogatório a Joe Berardo continua a ser omissa se o empresário madeirense decidiu prestar declarações, como arguido neste caso judicial relacionado com a CGD.
O empresário Joe Berardo e André Luiz Gomes estão indiciados por burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsidade informática, falsificação, abuso de confiança e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público.
O caso, que conta com 11 arguidos (cinco pessoas individuais e seis pessoas coletivas) foi tornado público depois de uma operação policial em que foram feitas cerca de meia centena de buscas, três das quais a estabelecimentos bancários, e que levou à detenção do empresário e colecionador de arte e do seu advogado de negócios André Luiz Gomes, suspeito pelos mesmos crimes.
Segundo comunicados da PJ e do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em causa no processo está um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à CGD, ao Novo Banco e ao BCP.
[notícia atualizada às 21:30]