01 jul, 2021 - 15:04 • Celso Paiva Sol
Com o início do mês de julho, começou também a fase mais critica dos incêndios florestais. A partir de hoje, e até 30 de setembro, estão ao serviço a totalidade dos meios de combate disponíveis para este ano: 12 mil operacionais, 2.650 viaturas e 60 meios aéreos.
Para trás ficam seis meses com números que justificam alguma preocupação. Esta nova fase arranca já com 11.035 hectares ardidos, quase o triplo daquilo que tinha ardido no mesmo período do ano passado.
Entre janeiro e junho também já foram registados 3.627 incêndios, ou seja, mais 1.500 do que nos mesmos meses de 2020.
O problema este ano está basicamente na área ardida, uma vez que é preciso recuar ao trágico ano de 2017 para encontrar números piores, sendo que nessa altura, nesse ano, já tinham ocorrido os incêndios de Pedrogão Grande.
Já no que diz respeito ao número de incêndios, apesar deste ano já ter mais 42% do que o ano passado, está, ainda assim, abaixo da média dos últimos anos, o que revela um outro dado preocupante: este ano, os incêndios estão a ter consequências mais graves.
Os meios de combate são reforçados pela terceira v(...)
Não sendo em número muito elevado, já consumiram, no entanto, 11 mil hectares, 20% deles em área florestal.
Em entrevista à Renascença, o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, identifica dois “velhos” problemas para esta época de incêndios: a incerteza das condições atmosféricas e o estado em que se encontra a floresta portuguesa.
Jaime Marta Soares sublinha, em particular, a situação da floresta, criticando as entidades públicas e os políticos que prometem o que não está feito.
Os políticos, diz o presidente da Liga dos Bombeiros, têm que ser rigorosos na mensagem que passam às populações.
Esta quinta-feira, 1 de julho, entra igualmente em vigor o modelo transitório do SIRESP, sistema de comunicações essencial para a prevenção e combate aos incêndios.
Trata-se de um modelo transitório porque o plano do Governo estende-se por um ano e meio a partir de hoje, tempo considerado suficiente para que o SIRESP deixe de ser uma Parceria Publico Privada, e passe a gerir não só esta rede de comunicações, como todas as outras dependentes do Ministério da Administração Interna, como por exemplo o 112.
O Ministério de Eduardo Cabrita garante que apesar dos contratos com os privados ainda estarem em analise no Tribunal de Contas, a rede SIRESP está totalmente operacional.