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Pandemia

Covid-19. Farmácias já podem fazer testes comparticipados, mas "há problemas a resolver"

03 jul, 2021 - 01:05 • Pedro Filipe Silva (entrevista) , André Rodrigues (texto)

Associação Nacional de Farmácias confirma que, só esta sexta-feira, foram feitos mais de 9.600 testes rápidos nas farmácias de Lisboa. Oeiras regista mais de mil testes.

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A Associação Nacional de Farmácias (ANF) diz que já é possível realizar os testes de despistagem da Covid-19, ao abrigo da comparticipação a 100% do Estado, mas ainda problemas para resolver.

Em declarações à Renascença, a presidente da ANF, Ema Paulino, confirma que “já é possível fazer a comparticipação a 100%, mas não é possível fazê-lo de forma eletrónica”.

Dados da ANF disponibilizados à Renascença indicam que, só esta sexta-feira, foram feitos mais de 9.600 testes rápidos nas farmácias de Lisboa. Em Oeiras, foram mais mais de mil testes.

Segundo esta responsável, uma das questões a resolver prende-se com a verificação da elegibilidade das pessoas para fazer o teste.

“Isto está relacionado com o facto de nem todas as pessoas têm direito a testes comparticipados”, a saber: pessoas que já tenham realizado mais do que quatro rastreios no espaço de um mês, pessoas que estiveram infetadas há menos de seis meses e utentes com esquema vacinal completo.

Nesta fase transitória, “as farmácias podem funcionar com uma declaração de compromisso de honra, que a pessoa assina, afirmando que está dentro dos critérios de elegibilidade”, esclarece.

Outra questão a resolver é a comparticipação dos testes e, para isso, está agendada uma reunião “na próxima segunda-feira com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde para desenvolver essa possibilidade”.

Até lá, “é possível efetuar o teste com comparticipação, mas só será possível faturar ao SNS quando esses desenvolvimentos tecnológicos tiverem sido feitos”, diz a presidente da ANF.

Os testes realizados nas farmácias custam, normalmente entre 20 e 25 euros, mas o Governo estipulou o valor máximo de 10 euros.

Ema Paulino diz tratar-se de “um valor mais baixo do que aquele que tem sido praticado e nós temos algum receio de que algumas farmácias possam não sentir que este valor seja incentivo suficiente para poder prestar o serviço com qualidade e com os testes disponíveis no mercado”.

Por outro lado, há que ter em conta o custo do teste.

“Tem havido uma redução do seu custo ao longo do tempo, mas, mesmo assim, pode rondar, em média, os quatro e os quatro euros e meio. Depois temos, também, os custos dos equipamentos de proteção individual e do profissional que está alocado a este serviço e isto não é um custo que se possa desprezar, uma vez que, em termos dos registos, que são complexos, demoram entre 10 e 15 minutos”.

Ema Paulino admite por isso que algumas farmácias tenham dificuldades em aderir a este sistema e que estão a ser identificados os principais constrangimentos que as farmácias enfrentam para poderem realizar os testes à Covid-19.

Mas a responsável alerta, desde já, que poderá haver muitas farmácias, sobretudo as de pequena dimensão, que não conseguem prestar este serviço.

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