08 jul, 2021 - 10:30 • Redação com Lusa
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse compreender a posição de Paris ao desaconselhar viagens não essenciais para Portugal, mas lembra que este conselho deve ser enquadrado com as decisões da UE quanto às viagens.
"A situação de Portugal no que diz respeito à pandemia agravou-se e as preocupações de um Estado amigo, como a França, em relação aos seus cidadãos, no que diz respeito à possibilidade de viajarem para Portugal, são compreensíveis. Trata-se de um conselho", afirmou Augusto Santos Silva, sublinhando que esta posição deve ser enquadrada com as decisões da União Europeia (UE) relativas ao certificado digital.
À Lusa, o governante lembrou que, desde o dia 1 de julho, as pessoas que estejam vacinadas, imunizadas ou que realizem teste negativo à covid podem circular livremente pela União Europeia e sublinhou a exceção: "nas zonas consideradas vermelho escuro, de muito alta prevalência do vírus, o Estado-membro pode desencorajar viagens não essenciais nessas zonas".
As zonas classificadas como vermelho escuro têm de ter, por exemplo, mais de 500 novos casos de infeção por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias", explicou.
Santos Silva recordou ainda que as viagens das pessoas que pretendem reunir-se com a família, como é o caso dos emigrantes portugueses, se enquadram na classificação de viagens essenciais.
“Aqueles que ainda não reservaram as férias, evitem, evitem Portugal, Espanha”, aconselhou o secretário de Estado Clément Beaune, desaconselhando, sobretudo a região da Catalunha. “É melhor ficarem em França ou ir para outros países”, acrescentou.
À Renascença, Hermano Sanches Ruivo, vereador português na câmara de Paris, diz que a declaração do secretário de Estado francês para os assuntos europeus é ligeira. O autarca parisiense estranha as palavras de Clémente Beaune, quando o Ministério dos Negócios Estrangeiros mantém Portugal, ainda esta manhã, na lista verde de destinos seguros.
Na sua opinião, a confirmarem-se restrições a viagens para Portugal, a comunidade lusa não será afetada. Defende, no entanto, um esclarecimento cabal da situação pandémica por parte do Governo de Lisboa.
Já o presidente da região de Turismo Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, não compreende as declarações do governante francês, numa altura em que o certificado digital Covid está já em velocidade cruzeiro.