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The Lancet

Covid-19. Pelo menos 590 crianças portuguesas ficaram orfãs por causa da pandemia

20 jul, 2021 - 23:58 • Lusa

A nível global, os investigadores estimam que pelo menos 1,5 milhões de crianças e adolescentes no mundo ficaram órfãos ou perderam avós ou tios durante a pandemia, entre março de 2020 e abril de 2021.

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Pelo menos 590 crianças e adolescentes terão ficado órfãos, em Portugal por causa da Covid-19, número que ascende a 660 se for incluída a perda de avós que tinham a sua guarda, de acordo com um estudo da revista The Lancet.

Para este estudo, o primeiro do género à escala global, os autores desenvolveram modelos matemáticos, "usando os melhores dados disponíveis, como uma tentativa inicial de estimar a magnitude do impacto oculto da pandemia nas crianças", refere a The Lancet em comunicado.

Os modelos matemáticos foram usados para extrapolar para o resto do mundo, inclusive Portugal, dados de 21 países que, no conjunto, representam 76,4% das mortes globais por Covid-19, adianta a publicação.

Nestes modelos foram utilizados dados sobre mortes por Covid-19 ou mortes em excesso, quando disponíveis, que ocorreram entre 1 de março de 2020 e 30 de abril de 2021, bem como taxas de fertilidade para estimar a orfandade durante a pandemia.

Os autores do estudo associaram as taxas de mortalidade por covid-19 aos dados de fertilidade para homens e mulheres para estimar o número de crianças e adolescentes que perderam um dos pais ou ambos os pais em consequência da Covid-19.

A análise foi alargada para incluir as mortes de avós ou outros familiares adultos, com idades entre os 60 e os 84 anos, que viviam na mesma casa das crianças e que delas cuidavam, com base nas estatísticas das Nações Unidas sobre a composição familiar.

Os dados têm em conta os avós que tinham a guarda dos netos, sendo os seus principais cuidadores, e os avós ou tios que coabitavam com os pais dos menores e eram cuidadores secundários.

A nível global, pelo menos 1,5 milhões de crianças e adolescentes no mundo ficaram órfãos ou perderam avós ou tios durante a pandemia de Covid-19, entre março de 2020 e abril de 2021.

Os autores do estudo alertam que estimativas são conservadoras.

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