22 jul, 2021 - 17:53 • Filomena Barros
Apresentada a 1 de maio, a agência de empregabilidade para pessoas com deficiência contabiliza mais de 1.400 pedidos de emprego. Destes, há um primeiro lote de 200 candidatos em condições para responderem a entrevistas.
Menos de 15 dias da criação da agência, em meados de maio, já havia mais de 800 candidaturas registadas, agora são mais de 1.400. “Esse número tem vindo sempre a crescer”, diz à Renascença a diretora da Agência Valor T.
Vanda Nunes faz questão de sublinhar: “para permitir que o registo seja feito de um modo mais amplo possível, damos apoio às muitas, muitas pessoas que nos telefonam, porque precisam ou de apoio para se registarem, ou para garantirmos que toda a gente tem acesso a este meio”.
Do número total de candidatos, “neste período de dois meses, nós trabalhámos cerca de 700 pessoas, no tratamento e encaminhamento da informação”. Nesta altura, estão em fase de avaliação 200 pessoas, que representam, “os nossos primeiros candidatos que queremos passar, a breve prazo, à fase de match” com as ofertas das empresas.
Vanda Nunes pertence à Santa da Misericórdia de Lisboa, uma das entidades envolvidas na Agência Valor T, a par do Instituto de Emprego e Formação Profissional e do Instituto Nacional para a Reabilitação. Aponta um “trabalho muito exigente” para valorizar o talento.
O objetivo é desenvolver um programa simples, "low(...)
Reconhece que “há muitas pessoas que poderão ter outras respostas que não o mercado de trabalho aberto, um trabalho com outro tipo de apoio ou condição, sabemos bem disso. Agora há muitas, muitas pessoas em condições de entrar no mercado de trabalho aberto e de ter a sua oportunidade, e é aí que estamos a focar o nosso trabalho”.
A Agência Valor T tem já um lote de cerca de 100 empresas, entre elas alguns grandes grupos de distribuição.
A secretária de Estado para a Inclusão da Pessoa com Deficiência, Ana Sofia Antunes, ouvida pela Renascença, lembra a Lei 4/2019, que estabelece um sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência no setor privado, e que tem de ser aplicada até 2024.
“Existe uma quota intermédia, até chegarmos a 2024, todos os anos as empresas devem cumprir uma mesma quota de 1% ou 2%, em função de serem média ou grande empresa, calculando essa percentagem não no seu quadro de pessoal, mas no número de contratações que fizerem nesse ano”.
Ana Sofia Antunes indica que “esta situação já está a mexer e o que percebemos é que as empresas estão a procurar informar-se, a saber como podiam cumprir, que tipo de funções poderiam ser adequadas, com que tipo de adaptações, para que tipo de perfil de pessoa com deficiência”.
Diz que esperava um “número considerável de pessoas a inscreverem-se” na Agência Valor T, “algumas delas em número considerável, em situação de desemprego recente por terem perdido as suas colocações neste período pandémico, mas não é só isso que estamos a receber… nós também estamos a receber muitas candidaturas de pessoas que tentam algo melhor”.
Entre os candidatos inscritos, muitos estão à procura do primeiro emprego, são sobretudo pessoas com deficiência motora, e a média de idades ronda os 30 anos.